E mais uma vez, o vereador Leonardo Chaves (PSD) foi contundente em seus comentários sobre a análise do projeto de reajuste dos vencimentos dos políticos e secretários municipais em Caruaru. Na sessão dessa terça (04), à noite, e meio ao protesto realizado por estudantes, professores e políticos, Leonardo, que já soma mais de 30 anos anos de mandato de vereador, lembrou que o reajuste é um direito constitucional e que desde 2008 havia a possibilidade de revisar a margem de subsídio para vereadores.
No contexto
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No entanto, a frase que chamou mais atenção no discurso dele na tribuna, foi quando minimizou a relevância de indignação dos protestantes: “Se alguém acha muito ou pouco, cada um vá pra rua pedir voto e venha pra cá”. O “cá”, como ficou implícito é uma das vagas na legislatura da Câmara Municipal de Caruaru, que contará com 23 vereadores a partir de 2013. Esse comentário de Leonardo acabou sendo tão curioso quanto a declaração do presidente da Casa, Lícius Cavalcanti (PCdoB), que defende que políticos precisam ter melhores salários.
O projeto do reajuste não foi lido na última sessão, pois ainda não passou por aprovação da Comissão de Legislação e Redação de Leis da Casa, que analisa a constitucionalidade dos projetos. No entanto, os vereadores da comissão, presidida por Rogério Meneses (PT), garantem que não há problemas na documentação.
A problemática, na verdade, está na polêmica levantada em torno de propor um reajuste de subsídios em um momento no qual se fala de aperto nas contas de prefeituras municipais, incluindo a de Caruaru, para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal. Entre os manifestantes que presenciaram a sessão dessa terça, estava a parlamentar jovem Joana Figueiredo, que discorda inteiramente das colocações de Leonardo. “Esse foi um comentário mal colocado, ainda mais porque foi o povo que colocou os vereadores na Câmara, então eles precisam respeitar nossas indagações sobre as justificativas que eles têm para propor um aumento tão alto nos vencimentos deles, do prefeito e dos secretários municipais”, argumentou.