De forma cognoscível, grande parte da população brasileira segue negligente diante do processo político do país. Sobretudo, os jovens, que formam um contingente de aproximadamente cinco milhões de eleitores, permanecem desacreditados quando o tema posto em questão é de caráter político.
As causas dessa abnegação, deploravelmente, são plausíveis: frequentes escândalos, revés administrativos, desmedida corrupção, máquinas burocráticas emperradas, partidos políticos ausentes ou com pouca identificação popular constituem, entre outros, fatores que provocam uma gritante desigualdade social, não obstante o suntuoso desinteresse dos jovens no sistema.
Podemos citar o caso do “mensalão” (esquema de compra de votos de parlamentares), como exemplo, uma vez que configura um dos maiores escândalos políticos da atualidade e que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal, ou seja, em última estância.
No tocante a genuína ausência de projeto ético político e de real comprometimento com mudanças e acréscimos, os jovens optam por desviar suas atenções para adicionais prioridades. Sendo assim, é trivial verificar que milhares de jovens são conduzidos pela atração dos bens materiais e do consumismo ilimitado, quando não são atraídos pela marginalidade, e que, por conseguinte, passaram a ver a política como um tanto irrelevante.
É de se recear essa circunstância na qual estamos inseridos, uma vez que a política seja cardeal à construção do futuro em face do bem coletivo. Há uma proeminente necessidade de inclusão dos jovens no sistema, embasando-se em paradigmas, histórias de decência regradas em dignidade e honestidade, em valores, virtudes e princípios éticos.
De fato, a atitude de quem não se preocupa e/ou se empenha é a que mais interessa aos corruptos e desonestos da política uma vez que a desinformação e apatia resultam na ignorância política beneficiando, consequentemente, quem deseja cometer fraudes a partir do mandato popular. Podemos constatar os efeitos dessa abnegação nos dias atuais. Isto posto, incontestavelmente deve-se restaurar uma conexão desse contingente de jovens brasileiros para com o universo político.
Estimular o senso crítico e a assídua participação densifica o processo democrático do país. É essencial que o jovem esteja ligado na Ciência Política, nas atualidades e na Política do Direito, destarte essas matérias de interdependência recíproca visam analisar a consumação dos fins da comunidade através da ação do Estado e de outros centros do poder, averiguando as formas e meios apropriados à consecução daqueles fins.
Por fim, de forma a destacar um persistente pleito da massa juvenil, qual seja o respeito ao princípio da liberdade, faz-se relevante mencionar a filósofa política alemã de origem judaica, Hanna Harendt, quando brilhantemente expressou: “A pergunta sobre o sentido da política exige uma resposta tão simples e tão conclusiva em si que se poderia dizer que outras respostas estariam dispensadas por completo. A resposta é: ‘O sentido da política é a liberdade. ’”.
Victória Camarotti faz parte da Juventude do PSDB de Caruaru.