José de Abreu alfineta Gloria Perez após apoio da autora à anistia de golpistas do 8 de janeiro

Mário Flávio - 23.03.2025 às 08:40h

Mais uma troca de farpas entre nomes conhecidos da televisão brasileira movimentou as redes sociais neste fim de semana. O ator José de Abreu ironizou a novelista Gloria Perez após ela demonstrar apoio à anistia dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes golpistas depredaram a sede dos Três Poderes, em Brasília.

Gloria publicou uma imagem de um protesto recente organizado por grupos da direita, com pedidos de anistia aos condenados por participação nos ataques. Na legenda, classificou o ato como “pacífico” e destacou que a manifestação defendia a anistia. A publicação repercutiu rapidamente — inclusive entre artistas com posições políticas opostas.

Foi o caso de José de Abreu, que respondeu em tom de deboche:

“Chama a Cássia Kis e a Regina Duarte”, escreveu, em referência a duas atrizes que, como Gloria, têm se posicionado publicamente em defesa de pautas conservadoras e da anistia aos golpistas.

Gloria Perez não esconde sua postura política alinhada à direita e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após as eleições de 2022, ela chegou a interagir com um vídeo do deputado federal General Girão Monteiro (PL-RN), no qual o parlamentar afirmava que as Forças Armadas deveriam agir para proteger o país de uma suposta “ameaça comunista” representada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Do outro lado do espectro político, José de Abreu é militante histórico da esquerda e defensor do PT. O ator nunca escondeu sua identificação com o partido e com os governos petistas. Ainda assim, ele já atuou em novelas escritas por Gloria Perez, como Caminho das Índias (2009), exibida pela TV Globo.

A alfinetada de Abreu reacendeu o debate sobre o envolvimento político de figuras públicas e o impacto de suas posições nas redes sociais. Enquanto parte do meio artístico defende punições rigorosas aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro, outros — como Gloria — pregam perdão e anistia.

A polêmica mostra que, mesmo fora da política institucional, o embate entre direita e esquerda continua vivo — inclusive nos bastidores da dramaturgia brasileira.