
Uma imagem publicada nas redes sociais pelo perfil Tatutnik, conhecido por comentar política com bom humor e ironia, levantou uma especulação que voltou a circular nos bastidores de Brasília: Ciro Gomes estaria considerando um possível retorno ao PSDB. O card, que brinca com o formato de jogos de cartas, traz os rostos de Ciro e do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e levanta a pergunta: qual o papel de Kassab nessa história?
Apesar de ainda não haver declarações oficiais sobre uma movimentação concreta, a ideia de Ciro deixar o PDT tem ganhado força após o desempenho abaixo do esperado nas eleições presidenciais de 2022 e o visível distanciamento entre o ex-ministro e a atual direção do partido. Ciro, que já foi filiado ao PSDB nos anos 1990 e integrou o governo FHC, mantém pontes com setores do centro político e é visto por alguns articuladores como um nome viável para reposicionar o centro democrático no cenário nacional.
É aí que entra Gilberto Kassab. À frente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo tem atuado como um dos principais articuladores políticos do país. Com um perfil pragmático, Kassab tem buscado ampliar o espaço do partido em articulações estaduais e nacionais — e não são raros os casos em que ele costura alianças entre nomes de diferentes espectros ideológicos.
Embora a imagem sugira um retorno de Ciro ao PSDB, na prática, Kassab pode estar mais interessado em atrair o ex-ministro para o próprio PSD — que já abriga figuras de centro e ex-tucanos. A referência ao PSDB pode ser lida também como uma provocação ao atual estado fragilizado da legenda, que busca se reinventar após o enfraquecimento nas últimas eleições.
Seja como for, a especulação evidencia dois movimentos importantes: Ciro Gomes segue como um nome de relevância na política nacional, mesmo fora dos holofotes, e Kassab continua sendo um articulador influente, capaz de recolocar peças importantes no tabuleiro político.
A movimentação, ainda que nos bastidores, pode ser prenúncio de novos realinhamentos para 2026 — e, quem sabe, uma reconfiguração do espaço ocupado pela chamada “terceira via” no país.