Em Audiência no Ministério Público, moradores do Alto do Moura voltam a reivindicar melhorias

Mário Flávio - 20.11.2012 às 08:55h

Falta de água, problemas na estrutura, ausência de segurança e políticas públicas na área cultural, esses foram os temas da Audiência Pública realizada na sede do Ministério Público com os Moradores do Alto do Moura, que foram recebidos pelos promotores de Justiça Paulo Augusto Oliveira e Gilka Miranda. Na ocasião, os moradores apresentaram um documento, com uma série de reivindicações para serem efetivadas em regime de urgência no bairro.

A cientista política Ana Maria de Barros é uma das representantes dos moradores e artesãos. Ela explicou a necessidade da audiência. “Essa reunião foi solicitada por nós antes do período eleitoral. São necessidades básicas como água potável, correios, saneamento básico e a insuficiência de vagas na escola municipal, todos esses problemas são sérios no Alto do Moura. Durante a eleição, o Alto do Moura foi tratado de uma maneira escandalosa, como se os problemas daqui se resumissem a quem era o proprietário de um restaurante, enquanto a comunidade vivencia problemas muito grandes”, criticou.

A cientista disse ainda que foram 11 reuniões, principalmente no Loteamento Mestre Vitalino I, e ofícios foram encaminhados para a Celpe, Compesa, Polícia Militar, além de entregar pessoalmente em reunião ao prefeito José Queiroz um ofício requisitando melhorias para a comunidade. No entanto, segundo a cientista, apenas uma entidade voltou ao bairro. “A única entidade que veio a comunidade e deu a reposta foi a Polícia Militar. O comandante anterior veio por duas vezes, escutou a comunidade e hoje temos a patrulha do bairro. Hoje, tivemos a reunião com os promotores e infelizmente a prefeitura não mandou os secretários que, de fato, possam tomar decisões, já que o único representante da prefeitura era o advogado Gilvan Florêncio, representando a procuradoria. O que deu a entender foi que mandaram um representante apenas para constar que tinha alguém ali”, disse.

Para ela, a presença do poder público com os secretários é de fundamental importância. “Veja como era importante a presença dos secretários, a Celpe verificou que existem alguns pontos que precisam de iluminação, mas que a solicitação deve ser feita pela prefeitura. A Compesa se prontificou em regularizar a situação do abastecimento de água, já que existem muitas ligações clandestinas, mas infelizmente a prefeitura de Caruaru foi a única entidade que não enviou pessoas que tenham o poder de decisão e foi lido no local, pelos promotores que a URB e a secretaria de Educação foram notificadas”, explanou.

Foram marcadas duas novas audiências públicas para os dias 4 e 11 de dezembro.

RECOMENDAÇÕES – O Ministério Público recomendou à Prefeitura de Caruaru que apresente, na próxima audiência pública, projeto existente de revitalização da infraestrutura urbana do Alto do Moura. À Compesa, os promotores de Justiça recomendaram a colocação de hidrômetros residenciais nos loteamentos Mestre Vitalino I e II. À Celpe, a recomendação feita diz respeito à colocação de luminárias em 13 postes que não contam com esses materiais, bem como providenciar a melhoria na iluminação pública no acesso principal àquela comunidade.

A Autarquia Municipal de Defesa do Trânsito (Destra) recebeu recomendação no sentido de adotar providências para melhorar o serviço de transporte público naquela comunidade. Também durante a reunião ficou definido que o Ministério Público vai solicitar aos Correios e à URB informações sobre o cadastramento das ruas do Alto do Moura. As recomendações feitas pelo Ministério Público à Prefeitura de Caruaru, Celpe e Compesa agradaram as lideranças comunitárias do Alto do Moura.