Com muito barulho nas galerias e manifestantes a favor e contra, os vereadores aprovaram por 18 votos a favor e 4 contra o projeto que regulamenta a escola em tempo integral na rede municipal de ensino na cidade de Caruaru.
Votaram contra a proposta: Daniel Finizola, Sérgio Siqueira, Fagner Fernandes e Marcelo Gomes. Eles alegam que o projeto é complexo e chegou muito rápido a Câmara. “Não somos contra a ideia da escola em tempo integral, pelo contrário. Sou professor e sei da importância da mesma. Mas não podemos aceitar que as coisas sejam empurradas goela abaixo sem que aconteça diálogo com a categoria. Não existe a menor necessidade dessa pressa e mandar um projeto no momento do recesso. É bom lembrar que esse mesmo projeto foi rejeitado ano passado e agora volta dessa maneira”, disse o líder da oposição Daniel Finizola.
Já o vereador Marcelo Gomes voltou a reclamar do excesso de projetos enviados em cima da hora. “Isso já se tornou prática dessa gestão. Enviar projetos a toque de caixa e sem que haja discussão”, disse.
Os políticos reclamaram ainda das duas votações nessa terça-feira. “O nosso entendimento é que as votações devem ter o intervalo de 48 horas, como determina o Regimento Interno, mas não aconteceu. Por isso, diante dessa situação, a bancada de oposição se absteve de votar o projeto sobre regularização de imóveis na segunda discussão”, explicou Daniel.
O líder do governo na Casa, Bruno Lambreta, disse que há dez dias o projeto encontra-se na casa e explicou alguns pontos que a bancada levou em consideração. “O questionamento do voluntariado, por exemplo, será fruto de uma parceria com as faculdades e não terão poder de lecionar disciplina, isso foi uma questão de interpretação de quem foi contra. É um melhoramento para a classe, um programa oficializando a educação em tempo integral e temos avanços positivos. Alguns ajustes a prefeita pode fazer até mesmo por decreto”, disse.
O presidente do Sismuc, Eduardo Mendonça, acompanhou a votação e fez críticas ao projeto. “Um projeto de escola de tempo integral, no qual tem até mesmo a figura do voluntário que planeja e ministra aulas. Estipula também dedicação exclusiva. Fere a lei de valorização do magistério que flexibiliza a aula atividade e só atrai o professor de contrato temporário que vai trabalhar 40 horas semanais e tem como salário 2.060 reais”, disse Mendonça.