Valdir Santos disputa hoje final do Prêmio da Música Brasileira

Mário Flávio - 19.07.2017 às 06:41h

valdir

Do G1 Caruaru e Região

Será realizada nesta quarta-feira (19), às 21h, a cerimônia de premiação do 28º Prêmio da Música Brasileira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre os finalistas está o cantor e compositor caruaruense Valdir Santos. O “Moleque da Rua Preta” concorre com o disco “Celebração” na categoria Melhor Álbum Regional. “Cabaça d’água”, do brasiliense Alberto Salgado e “Vivo! Revivo!”, do também pernambucano Alceu Valença, são os outros finalistas.

O álbum “Celebração” tem participações de artistas como Xangai, Petrúcio Amorim, Pecinho, Azulão e Azulinho, Maciel Melo, Heleno dos 8 Baixos, Joanatan Richard, Junio Barreto, Almério, Pablo Patriota, Pedro Luís, Ivison, Ortinho e Dja Vasconcelos. O G1 conversou com Valdir Santos sobre a expectativa para a premiação. Confira a entrevista abaixo:

Como está a expectativa para a premiação desta quarta-feira (19)?
“Eu me considero um vitorioso. Para mim, estar entre os finalistas já é uma conquista gigante. Se a gente chegar a ser, verdadeiramente, o vencedor, acho que é a coroação não de um trabalho apenas de Valdir Santos, mas um prêmio para a música de Caruaru. Então imagine minha felicidade. Eu tenho dito sempre essa frase ‘felicidade, o seu nome é Valdir Santos’, então estou na expectativa, mas de alguma forma tranquilo. Por incrível que parece, eu não estou ansioso. Estou tranquilo por saber que vou estar numa noite onde estarão Ney Matogrosso, Chico Buarque, Maria Betânia, Lenine. Eu me considero um vencedor já por isso, poder estar ali como um dos finalistas. E se a premiação vier, aí meu amigo, a festa na Rua Preta não vai ser pequena não”.

A população pode acompanhar?
“Vai ser transmitido ao vivo pelo Canal Brasil, a partir das 21h, então todo mundo pode acompanhar. Os que não puderem, a gente está na campanha por vibração positiva e energia positiva, para esse prêmio vir, verdadeiramente, para a música de Caruaru”.

A concorrência é de peso, não é?
“A concorrência é pesada, mas a gente está confiante. Acho que se tratando de álbum regional, nenhum dos dois tem tanta regionalidade quanto o nosso, então estou confiante demais. O álbum da gente, o próprio título já é uma pré, ‘Celebração’, então se o prêmio vier vai ser isso mesmo, uma celebração”.

É o prêmio da “nata” da música brasileira?
“É um Oscar da música brasileira. Foram 1.576 CDs inscritos, entre várias categorias. Imagine ai ficar entre os três finalistas, já é uma premiação. A indicação é a mais perfeita possível. Se eu tivesse sido indicado numa categoria melhor cantor, melhor arranjador, seria um prêmio individual, mas a indicação foi melhor álbum regional. Então ali não é Valdir Santos, é todo mundo que participou, e eu digo ainda mais, é a história de um povo, é a música de um povo. Um povo de um país chamado Caruaru. Essa talvez seja até minha fala se o prêmio vier. Essa vai ser minha fala de gratidão”.

Como você avalia a música produzida atualmente em Caruaru?
“O momento que a música de Caruaru vive é muito bom. O meu momento na carreira é muito bom, muito sadio. Então se esse prêmio vier, vai ser a coroação. Vai vir para fortalecer ainda mais tudo que está acontecendo na música de Caruaru. Não apenas para o forró, mas acho que o forró merece esse olhar com mais carinho o ano inteiro, não apenas no São João, não apenas no nosso programa Coisas da Terra, mas o ano inteiro e todos os momentos, que Caruaru merece esse carinho”.

E o que é produzido no interior de Pernambuco?
“A música do interior de Pernambuco, sobretudo, a música de Caruaru, é a música mais forte do estado. Basta ver o que está acontecendo. Fulô de Mandacaru, com o SuperStar, Almério, com o Natura Musical e a gente agora, na final do Prêmio da Música Brasileira. Então acho que não tem mais nada para se provar. O momento da música de Caruaru é muito bom, muito importante, então é aproveitar isso e não deixar acontecer o que aconteceu em outros anos. Em 1991, Heleno dos Oito Baixos e mais três artistas foram indicados ao Grammy norte americano da música, e a sanfona de oito baixos quase entra em extinção em Caruaru. É pegar esse momento agora, o momento em que o forró de Caruaru vive, e fortalecer. Minha história toda é pautada nisso, são quase 30 anos dedicado ao forró de Caruaru e sem me dobrar aos modismos, ao que o mercado pede, fazendo a música que eu acredito, a música que aprendi com meu ancestrais e com os mestres”.