Universitários presentes na sessão da Câmara criticam proposta de reajuste de vereadores

Mário Flávio - 28.11.2012 às 13:13h

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Apesar de as reuniões da Câmara de Caruaru realizadas na ACACCIL mão oferecerem um espaço amplo para a participação do público, pode-se dizer que a sessão dessa terça-feira (28) teve uma quantidade significativa de pessoas, em torno 30, incluindo cerca de 10 estudantes universitários de diferentes universidades, os quais foram unânimes em dizer que não concordam com o aumento dos subsídios para prefeito, vice, secretários e vereadores.

E essa opinião representa geralmente a noção que as pessoas têm sobre os reajustes para políticos. O estudante de Recursos Humanos na UNIP, Diogo Cavalcanti, acredita que há uma disparidade histórica nos valores do reajuste. “Professor hoje ganha em geral, sem contar especializações, em torno de mil reais. O professor deveria ganhar muito mais. Eles nos ensinam, são a base de toda a formação de todos os profissionais, já os vereadores exercem uma obrigação pública para fiscalizar o município, e não devem ver isso como uma profissão que merece reajustes constantes, com um valor tão alto”, explicou.

Esse pensamento foi complementado pelo universitário Rik Daniel, graduando na UPE, que acredita que profissionais formados em instituições de Ensino Superior deveriam ter um reajuste que se equilibrasse aos dos representantes políticos. “Eu não concordo muito com isso e acredito que poucas pessoas tenham uma opinião favorável, pois isso coloca em discussão a valorização de profissionais. Por exemplo, eu estudo Sistemas da Informação e quem se forma nessa área sai para o mercado ganhando R$ 900 em Caruaru, alguns vereadores se elegem tendo apenas a formação de Ensino Médio e ganham esses salários altíssimos, para exercer um serviço público”, defendeu.

No entanto, na opinião do presidente da Câmara, Lícius Cavalcanti (PCdoB), essas opiniões seriam superficiais, pois a soma do montante de valores não causaria prejuízo ao município, pois mão se poderia comparar o número de cargos políticos com o número de profissões em geral na cidade. Já o procurador da Câmara, José Américo, argumentou que não cabe polemização do tema. “Juridicamente não há problemas nesse reajuste, pois essa proposta trata de recomposições de perdas, relacionadas às taxas inflacionárias dos últimos anos”, declarou.