A tragédia que vitimou mãe e filha na madrugada da última quinta-feira (6), após o deslizamento de uma barreira no Córrego do Abacaxi, no Recife, expôs um problema antigo e ignorado pelo poder público. Entre 2021 e 2024, vereadores da capital pernambucana solicitaram pelo menos 23 vezes a fiscalização e obras na área de risco, mas as ações preventivas não foram suficientes para evitar o desastre.
Além dos pedidos formais dos parlamentares, os próprios moradores da região alertaram repetidamente sobre o perigo. Nos últimos dez anos, foram registradas 247 solicitações para a colocação de lonas plásticas na encosta, medida paliativa que poderia minimizar os riscos de desmoronamento, mas que, por si só, não resolve o problema estrutural da barreira.
A morte de mãe e filha é mais um episódio trágico que reforça a vulnerabilidade de milhares de pessoas que vivem em áreas de risco no Recife. A falta de investimentos em infraestrutura e prevenção deixa claro que, mesmo diante de alertas constantes, o poder público continua falhando na proteção da população mais vulnerável.
