STF forma maioria para condenar e cassar mandato de Carla Zambelli; Bolsonaro atribui derrota eleitoral à deputada

Mário Flávio - 25.03.2025 às 06:27h

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. A parlamentar é acusada de perseguir um homem armada nas ruas de São Paulo na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento, iniciado no plenário virtual, foi suspenso após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas já conta com cinco votos favoráveis à condenação, suficientes para a formação de maioria. 

O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou pela condenação de Zambelli, sendo acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Com a suspensão do julgamento, não há prazo definido para sua retomada, uma vez que o regimento interno do STF prevê que o ministro que pede vista deve devolver o processo para julgamento em até 90 dias. 

Paralelamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responsabilizou Carla Zambelli por sua derrota nas eleições de 2022. Em entrevista recente, Bolsonaro afirmou que a ação da deputada, ao perseguir um homem armada, prejudicou sua campanha à reeleição, levando eleitores a associarem o episódio à sua política de ampliação do porte de armas. Segundo Bolsonaro, o incidente teria influenciado negativamente sua imagem junto ao eleitorado, contribuindo para sua derrota. 

O episódio envolvendo Zambelli ocorreu em outubro de 2022, quando a deputada foi filmada perseguindo um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no bairro dos Jardins, em São Paulo. As imagens repercutiram amplamente nas redes sociais e na imprensa, gerando críticas à conduta da parlamentar. 

Com a formação de maioria no STF pela condenação de Zambelli, a deputada pode perder seu mandato e enfrentar outras sanções legais. A conclusão do julgamento depende agora da devolução do processo pelo ministro Nunes Marques e da retomada das deliberações pela Corte.