Um relatório da área técnica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) revelou um possível superfaturamento de R$ 7 milhões na construção do Hospital da Criança do Recife, obra considerada uma das principais promessas de campanha do prefeito João Campos (PSB).
Na última sexta-feira (13/12), o Departamento de Controle Externo da Infraestrutura do TCE-PE solicitou uma medida cautelar para bloquear R$ 7,8 milhões da Prefeitura do Recife. Esse montante representa 6% do valor total do contrato, que soma R$ 116 milhões.
O caso será analisado pelo conselheiro Marcos Loreto, que possui ligações familiares com João Campos. Loreto foi indicado ao TCE-PE pelo ex-governador Eduardo Campos, pai do prefeito, e é primo de Renata Campos, mãe de João.
Hospital deve beneficiar crianças e adolescentes
O Hospital da Criança do Recife será destinado ao atendimento de crianças e adolescentes de até 17 anos. A estrutura contará com 60 leitos – 50 de enfermaria e 10 de terapia intensiva – e terá capacidade para realizar até 8,8 mil procedimentos mensais, incluindo consultas, exames e pequenas cirurgias. O terreno de quase 20 mil m² será compartilhado com o Centro Especializado de Reabilitação (CER).
Inicialmente previsto para ser inaugurado em dezembro deste ano, o hospital agora tem previsão de abertura no primeiro semestre de 2025.
Prefeitura nega irregularidades
Em nota, a Prefeitura do Recife afirmou que “todas as contratações realizadas pela gestão municipal respeitam os ritos administrativos, sempre primando pelos princípios da legalidade e economicidade”.
O desenrolar do caso será acompanhado de perto, especialmente por envolver uma obra emblemática da gestão João Campos e um conselheiro com vínculos históricos com a família do prefeito.