Recife inicia desativação do hospital de campanha da Imbiribeira em meio à queda dos números da covid-19 na cidade

Mário Flávio - 01.09.2020 às 14:36h

A Prefeitura do Recife registrou uma queda de cerca de 70% nas internações nos hospitais de campanha municipais, na comparação do mês de maio, no pico da pandemia, com os dados fechados do mês de agosto.

A redução foi divulgada pelo prefeito Geraldo Julio na manhã desta terça-feira (1º), quando ele anunciou o início da desativação do Hospital Provisório Recife (HPR) 3, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife – o sexto dos sete hospitais de campanha a ser desativado.

“Nós temos 110 dias de redução dos números da pandemia em nossa cidade. Registramos uma queda de praticamente 70% nas internações em nossos hospitais de campanha, comparando o mês de maio com agosto. A ocupação das UTIs de covid-19 do Estado inteiro está na casa dos 70%. Todos esses indicadores nos dão segurança para avançar mais uma etapa na reorganização da rede montada para enfrentamento à pandemia, com a desmobilização do hospital de campanha da Imbiribeira, que será iniciada agora. Mesmo assim, ainda vamos manter 144 leitos de unidade intensiva e 173 leitos de enfermaria na rede da Prefeitura”, disse o prefeito Geraldo Julio.

Ao todo, os hospitais de campanha da Prefeitura do Recife fizeram mais de 5.900 internações de pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19 nos mais de cinco meses de pandemia na cidade.

Em abril, 652 pessoas com síndrome respiratória aguda grave (srag) se internaram nos hospitais construídos pela PCR para enfrentamento à pandemia.

Em maio, no pico da curva epidêmica, esse número chegou a 2.214. Em junho, após a quarentena rígida (lockdown), esse número já caiu para 1.157, se mantendo no mesmo patamar em julho, quando a Sesau Recife registrou 1.176 internações.

Já o mês de agosto fechou com 706 novas pessoas internadas, o que representa uma queda de quase 40% de julho para agosto e de cerca de 70% de maio para agosto.

O hospital de campanha da Imbiribeira tem mais de 2.300 m² de área construída onde se encontrava um galpão desativado de uma empresa, na Avenida Mascarenhas de Moraes.

Administrado pelo Instituto Humanize de Assistência e Responsabilidade Social (IHARS), o hospital de campanha da Imbiribeira conta com 107 leitos, sendo 80 UTIs e 27 enfermarias. Nesta terça, há 63 pacientes internados na unidade, sendo 47 nas UTIs e 16 nas enfermarias. A partir desta quarta (2), o hospital já não admitirá novos pacientes e será desativado gradativamente, à medida que as pessoas internadas forem recebendo alta.

No último mês de agosto, a Prefeitura do Recife desativou o HPR 2, nos Coelhos, que foi o maior hospital de campanha construído pela gestão municipal. No início de julho, já haviam sido desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR – Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas.

No total, a PCR desativou 602 leitos – 120 deles de UTIs. A capital pernambucana tem, atualmente, 424 leitos em funcionamento em oito unidades, sendo 224 de UTI e 200 de enfermaria, com um total de 190 pessoas internadas – 116 nas UTIs e 74 nas enfermarias. Desses total, 60% são pacientes vindos de outras cidades.

Após a desativação do HPR 3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro, na área central da capital pernambucana.

Assim como foi feito na desmobilização de leitos dos outros cinco hospitais de campanha, os equipamentos médico-hospitalares da unidade provisória da Imbiribeira serão levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias. Parte dos materiais continuará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais.