O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou, na última sexta-feira (14), uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados solicitando a cassação do mandato do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). A ação foi motivada por declarações consideradas ofensivas e misóginas direcionadas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e a outros parlamentares.

Em suas redes sociais, Gayer insinuou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), formaria um “trisal” com Gleisi e seu marido, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). O PT alega que o parlamentar deturpou uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia se referido a Gleisi como uma “mulher bonita” na articulação política, para promover ataques de cunho sexista.

A representação do PT acusa Gayer de utilizar as redes sociais de forma “descontrolada e insana” para “promover ataques diversos e ofensas desarrazoadas”. O partido considera que tais condutas configuram quebra de decoro parlamentar, passível de perda de mandato.

Em resposta, Gayer afirmou estar “tranquilo” e classificou a representação como uma tentativa de desviar a atenção das declarações de Lula. O deputado disse que suas críticas foram direcionadas ao presidente e não à ministra.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também manifestou a intenção de acionar judicialmente Gayer e solicitar sua cassação no Conselho de Ética da Câmara. Alcolumbre está consultando advogados para formalizar a ação.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados é responsável por avaliar casos de quebra de decoro parlamentar e pode aplicar sanções que variam de censura à perda do mandato. O andamento do processo dependerá do encaminhamento da Mesa Diretora da Casa ao colegiado.