O prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Orlando Morando, anunciou nesta terça-feira sua saída do PSDB, partido ao qual foi filiado por quase duas décadas. A decisão ocorre em meio a duras críticas à cúpula tucana, especialmente a figuras como Eduardo Leite (RS), Aécio Neves (MG) e Paulo Serra (SP). Segundo Morando, o partido tem cometido “seguidas ingerências administrativas” que, em sua visão, ferem os princípios de ética e democracia que deveriam nortear a sigla.
“Foi uma sequência de ingerências e ações ilegítimas que ferem profundamente os valores que sempre guiaram a trajetória política. Tais práticas representam não apenas um desrespeito aos membros que compõem a base partidária, mas também uma afronta à confiança do eleitorado e aos ideais que deveriam nortear o exercício da política, e não para defesa de interesses pessoais”, declarou o prefeito.
São Bernardo do Campo é atualmente a maior cidade governada pelo PSDB e uma das mais importantes economicamente no estado de São Paulo. Orlando Morando, que está em seu segundo mandato (2017-2024), vinha se destacando como um dos principais nomes tucanos no estado. Sua saída representa um duro golpe para o partido, que enfrenta um cenário de desgaste interno e disputas políticas em nível estadual e nacional.
A saída de Morando intensifica a crise vivida pelo PSDB, que já perdeu importantes quadros nos últimos anos, incluindo figuras como Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente da República, que se filiou ao PSB. A decisão do prefeito reforça as tensões entre a base partidária e a cúpula, que tem sido alvo de críticas por sua condução administrativa e política.
Até o momento, o PSDB não emitiu nota oficial sobre as declarações de Orlando Morando, mas a movimentação pode gerar novas baixas no partido e repercussões para as eleições municipais de 2024.