Em pesquisa realizada na virada do ano, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que 98,5% das cidades brasileiras afirmam sentir os efeitos da crise. De acordo com o estudo, desenvolvido com 4.080 municípios, 43% das prefeituras brasileiras não tiveram como fechar o ano com o pagamento das despesas em dia. Entre as áreas mais afetadas estão a saúde e educação.
Mais da metade dos gestores (58%) afirmam ter dificuldades em manter as frotas de transporte para estudantes ou o pagamento do Piso do Magistério (58%). O agravamento da crise econômica, aliada ao período de pagamento do 13º salário, comprometeu a imagem de gestores que hoje estão à frente da administração pública, de acordo com a avaliação do consultor da Rima Consultoria, César Rocha, que também elenca o corte de aproximadamente R$ 11,2 bilhões, anunciado pelo Governo Federal, como mais um entrave.
Segundo a previsão da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de dezembro deveria ser 8,2% menor do que o recebido no mesmo período do ano passado. Neste momento de maior adversidade, segundo o consultor, a população deve entender que o problema tem causas concretas, que não podem ser encampadas como bandeira.