O médico Pedro Melo desistiu de sair candidato a prefeito de Lajedo. Por meio do blog pessoal, ele deixou claro os motivos de não tentar o pleito. Fez acusações ao atual prefeito e ainda reclamou da falta de apoio. Segue o texto na íntegra:
Quem tem dois, não tem nenhum!
Aquele que faz o que ama está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for á hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural. Na política, não faço coisa alguma por obrigação ou por interesse pessoal, apenas por amor. Somos muito mais individualistas do que temos consciência. Embora calorosos no trato com os outros, quando precisamos nos associar para aproveitarmos a força do coletivo temos sérias dificuldades.
Coloquei o meu nome a disposição do meu partido o PT e me propus uma tarefa gigantesca: – unificar a oposição em torno de um único nome. Não consegui. Fui e sou acusado de nunca ceder. Assim sempre procedi porque você cede uma vez e parece não ter importância. E, logo tudo que você faz é ceder porque pensa que é assim que as coisas funcionam. Porém, é chegada a hora onde os gestos deverão ser mais importantes do que as palavras. A oposição tem nas mãos a oportunidade de construir um novo capítulo na história política de nossa cidade. Após a traição a que foi submetida pelo prefeito eleito para lhe governar por quatro anos e que lhe abandonou em busca de um projeto pessoal, manifesta claramente em todas as pesquisas o sentimento da mudança urgente, inadiável e necessária.
Há, hoje, em todos os recantos do município, uma séria dificuldade para você encontrar quem defenda este malfadado governo, salvo àqueles que se beneficiam ou se locupletam, ninguém mais ergue a voz em sua defesa. O outrora “intocável” já não encontra mais ouvidos dispostos a escutar sua propalada fanfarronice e mínguam seus companheiros de mesa de bar. Seu substituto ainda não disse, nem parece ter pressa em dizer, a que veio. Os “seus” secretários continuam o desmando e só ao antecessor prestam homenagens, referindo-se quase sempre, na intimidade, de forma pejorativa ao atual chefe do executivo.
O “primeiro ministro” manteve o “status quo” e mandando mais do que o Rei continua na sua inesgotável capacidade de perseguir, humilhar e desrespeitar todas as regras da administração, tratando a coisa pública como se de sua propriedade fosse. Secretário forasteiro que da pasta nada entende, trata a vida das pessoas com politicalha, permitindo o exercício ilegal da profissão que coloca em risco o maior bem das pessoas que ele não conhece, não respeita e não valoriza: o cidadão de Lajedo, que, como sabemos, não é a sua terra e por isso o ultraje.
A Educação está à beira de um precipício e salvo algum Quixote, como eu, poucos parecem se importar, o que legitima a insanidade da (i)responsável pela secretaria que continua na sua desenfreada caminhada rumo à ignorância plena. Ao que parece “imexível”, como diria um energúmeno que um dia foi Ministro, não fala, não ouve e não ver.
A Infraestrutura, tal qual o “Titanic”, faz água por todo lado e não será surpresa a notificação do desaparecimento de um veículo, a qualquer momento, tragado pelas profundezas de um dos muitos buracos que permeiam nossas ruas e avenidas, ou envolto por uma montanha de lixo. O trânsito continua imbatível no quesito bagunça e não parece haver concorrente à altura na caótica administração.
Diante de tudo isto cabe a nós, que fazemos oposição a este (des)governo que está ai, refletirmos sobre a nossa responsabilidade enquanto homens públicos e aceitarmos o desafio de que é preciso ceder para podermos avançar e, não fugirmos do chamamento da história para escrevermos o nosso nome nesta página que será escrita.
Todos os lajedenses sabem do amor, do apreço, do conhecimento, da dedicação e da energia com a qual me dedico a fazer política na nossa cidade. Qualquer cidadão de Lajedo conhece a saga do meu sonho no intuito de um dia ser chamado para governar nosso torrão. Todos são capazes de dizer quais são os meus projetos para nossa terra nas prioritárias áreas da Educação, Segurança, Juventude, Agricultura e da Saúde, que exaustivamente debati com todos os setores da nossa sociedade. Entretanto, nada disso foi capaz de personificar, unicamente, na minha pessoa os anseios da maioria fazendo com que o surgimento de outros nomes, encontrasse eco em uma parcela da comunidade, fazendo emergir a possibilidade da tão temida divisão.
Isto posto e desta forma, faz-nos peremptoriamente compreender que dos nossos atos poderá advir a cisão e para que não nos apequenemos em atitudes que certamente nos conduzirão ao arrependimento é que após um longo e reflexivo período tomamos a decisão, enquanto há tempo, de mais uma vez adiarmos o nosso sonho e renunciar a nossa postulação para que em tempo hábil sejam feitas as necessárias composições que conduzam à vitória aqueles que anseiam e respiram os ares de uma mudança real, efetiva e comprometida com todos.
Todos àqueles que me conhecem sabem o que isto representa para mim e o quão difícil deverá ter sido chegar a esta tomada de decisão. Entretanto, estes meus conhecedores sabem da minha capacidade de sobrepor a vontade coletiva a minha vontade pessoal.
Com a consciência tranquila de quem faz o que deve ser feito coloco-me à disposição de todos, caso o meu ato seja nulo para o efeito a que se propõe, para rever a minha atual posição.
Atenciosamente, Pedro Melo.