Na reunião da Câmara Municipal de Caruaru nessa quinta-feira (29), quando os professores da rede municipal de Caruaru decidiram decretar estado de greve, novamente realizaram protesto no Legislativo. Desta vez, eles acompanharam a votação em segunda discussão do projeto de lei que cria o Dia da Luta Municipal pela Educação, de autoria de Jajá (PPS). O projeto foi aprovado em primeira discussão, no dia 27, quando os edis rejeitaram ainda uma emenda que mudaria o dia da data comemorativa de 31 de janeiro para 16 de julho. E de novo, a emenda foi rejeitada, a contragosto de boa parte dos vereadores da base do governo.
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Embora não eles não tenham tocado no assunto nas justificativas da emenda, a emenda só foi tão defendida porque o dia 31 de janeiro representa justamente a aprovação do projeto que atualizou o Plano de Cargos e Carreiras dos profissionais da rede pública municipal de ensino. Mas por 10 votos a 9, a emenda foi novamente rejeitada, embora o líder da base do governo, Demóstenes Veras (PSD) tenha defendido: “mudar a data não alter a essência do projeto que é o reconhecimento da luta pela Educação, não somos contra essa proposta, como alguns tentam passar”. Para que se entenda, os vereadores já haviam acordado que aprovariam o projeto, mas votaram em destaque a proposta modificativa.
“A aprovação desse projeto é uma vitória, não somente porque reconhece um dia para que possamos pensar melhorias para a educação municipal, mas também porque atende a uma reivindicação que tem sido feita pelos trabalhadores”, comemorou Jajá, que no entanto, reconheceu anteriormente na tribuna da Casa que cometeu um equívoco ao votar a favor da atualização do PCC em janeiro.
Um dos integrantes da Associação dos Trabalhadores em Educação de Caruaru, Fabiano Andrade, sintetiza a comemoração dos professores pela data como uma vitória simbólica. “A democracia está começando a ter seus primeiros ensaios nessa Câmara a partir de muita pressão. Não só dos professores, mas de mototaxistas, de agentes de saúde, os próprios jovens que andam de skate já vieram protestar na Câmara. As autoridades precisam acordar e se antenar a novas demandas. Foi uma vitória simbólica, por marcar o dia 31, talvez o maior revés que a categoria já sofreu em Caruaru. Isso é um exemplo de força de que não se prejudica os trabalhadores e que estamos lutando por nossos direitos”, ressaltou.
Já para o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caruaru (SISMUC), Eduardo Mendonça, esse projeto não redime os vereadores. “Foi aprovado o projeto, mas isso não vai redimir o erro cometido em janeiro. O sindicato e a categoria vão continuar mobilizados não para alterar data de mobilização, mas o PCC que acabou com a vida do professor. O plano não garante mais quase nada. Conquistas históricas foram perdidas. Perdemos gratificação na zona rural, metade da gratificação de regência e agora há um PCC sancionado e que foi aprovado nesta Casa. Mas há uma ação no Tribunal de Justiça para avaliar a legalidade da reunião que votou esse projeto“, defendeu Eduardo.