No intervalo de dois dias a presidente Dilma Roussef (PT) sofreu duas pauladas de aliados de primeira ordem na recondução dela ao Palácio do Planalto. A petista mal teve tempo de comemorar os resultados na pesquisa da CNT, na qual ele obteve uma leve melhora na avaliação pessoal e de governo. Na quarta-feira, o PMDB, do vice-presidente, Michel Temer, trouxe ao ar um programa recheado de críticas a gestão.
Mas devido as divisões que existe no PMDB a situação já era esperada. O que não se esperava era o documento emitido pelo PT, partido da presidente, que mostra a insatisfação da cúpula petista, com a líder da nação. O documento revela que o problema, na opinião dos petistas, não era em Joaquim Levy, que foi demitido após muita pressão de membros do partidos e integrantes dos movimentos sociais.
A troca de ministros foi seis por meia dúzia e o documento mostra isso. A volta do nome do ex-presidente Lula ao debate foi uma prova de um certo oportunismo, já que ainda faltam três anos para a nova eleição e não faz nenhum sentido que lideranças do PT, o tempo todo cite o nome de Lula para uma provável disputa. O próprio ex-presidente já declarou que tem a intenção de disputar a eleição, mas como segue enrolado até o pescoço para dar explicações à justiça, preferiu priorizar a própria pele e não mais apoiar com ênfase a gestão de Dilma.
Voltando ao encontro do PT, que culminou com um documento a ser apresentado hoje na festa de aniversário de 36 anos do partido, a fala do presidente nacional do partido, Rui Falcão, revela a insatisfação não apenas com Dilma, mas com o próprio PMDB, partido que ajudou a eleger Dilma, nas duas eleições.
“O PT tem todo o direito de colaborar com o nosso governo, que nós defendemos e queremos que se mantenha, de apresentar também as nossas propostas. E nós vamos na direção de, nas circunstâncias de hoje, que não são as mesmas da época do Lula, mas reivindicar que tenhamos uma política econômica nos marcos do que foi a política econômica do governo Lula”, disse ao citar o programa econômico apresentado pelo PMDB, que tem orientação liberal, segundo Falcão.
O partido bateu de frente com o ajuste fiscal proposto pela presidente, pediu não ao ajuste fiscal, aumento no gasto público, uso de reservas cambiais para financiar obras, reajuste de 20% para o Bolsa Família e aumento nos impostos para os mais ricos. Ou seja, tudo o que a presidente e o governo querem, o núcleo duro do PT, com o aval de Lula é contra.
Ainda não se sabe como o Planalto vai reagir ao documento, mas possível ausência de Dilma hoje na festa do PT deve mostrar que o clima não anda bem entre os petistas do governo e os que estão fora dele. Se Dilma for pode amenizar as aparências, mas uma coisa é certa, a concorrência com Lula dentro vai ser um problema para a presidente ter que resolver nos próximos anos de mandato. A conferir.
PISO – Ao publicar no Diário Oficial o decreto autorizando o reajuste nos salários dos professores para pagar o piso da categoria, o prefeito José Queiroz, espera tirar um peso das costas. Desde a aprovação do PCC, em 31 de janeiro de 2013, que a classe vive em pé de guerra com a gestão. O prefeito espera com esse gesto amenizar a situação.
REAÇÃO – Para quem esperava uma boa reação dos professores com o anúncio da prefeitura a situação não vai ser bem a esperada. O SISMUC já emitiu nota rebatendo a informação e dizendo que o reajuste não foi de 11,36% como determina a Lei. Pelo jeito vai seguir a queda de braço entre sindicalistas e a prefeitura de Caruaru.
CRÍTICAS E ELOGIOS – Ainda na área da educação, o prefeito José Queiroz entregou ontem uma escola com mais 600 vagas para a rede municipal de ensino. Os governistas estão vibrando com a ação. No entanto, alguns lideres comunitários criticaram a entrega da obra. O problema é o local. A Escola Municipal Professora Mariana Lima vai funcionar no Centro de Caruaru. Muitos queriam uma nova unidade escolar na periferia.
CRECHES – O vereador Gilberto de Dora (PSB) cobrou a construção das creches prometidas pelo prefeito José Queiroz (PDT) durante a campanha eleitoral de 2012. “Nosso objetivo é fazer críticas para construir. Estou cobrando as 17 creches prometidas, o prefeito construiu só duas e mesmo assim inacabadas. Dubai (Xicuru) comunidade em que sou majoritário no 4º Distrito necessita urgentemente de iluminação pública, o calçamento está estourado, a limpeza não existe – o lixo do cemitério virou focos de Aedes aegypti”, comentou o líder da oposição na Casa do Povo.
NO PAJEÚ – O governador Paulo Câmara dedica o sábado (27.02) a iniciar obras e entregar empreendimentos promovidos pelo Estado, no Sertão do Pajeú. No município de Quixaba, o chefe do Executivo pernambucano assina a ordem de serviço que garante a requalificação de um trecho da PE-329. Com um investimento de R$ 5,2 milhões, a obra vai recuperar uma ligação essencial entre Pernambuco e a Paraíba. O cronograma prevê que a intervenção será entregue à população dentro de quatro meses.
COBRANÇA – O vereador Tenente Tiburcio (PMN) ocupou a Tribuna da Câmara e destacou o papel de coordenador do curso que preparou o pessoal multiplicador para atuar no Programa nacional de enfrentamento ao crack e outras drogas cobrou do governo municipal explicações das viaturas não estarem atuando. “Como integrante da Comissão Parlamentar Interpartidária e conhecedor do programa posso falar do assunto. O 4º BPM, por falta de pessoal, já havia devolvido as viaturas doadas para o programa pelo governo federal. Essas viaturas foram reconduzidas para Caruaru atendendo solicitação da prefeitura e agora estão no estacionamento do aeroporto aos cuidados da Destra e com situação já denunciada pela Câmara Municipal. Queremos saber do governo municipal as razões pelas quais a operação “Crack, é possível vencer” não foi ativada até o presente momento e quais as providências que serão adotadas”, questionou.
SEM LÍDER – Desde a saída de Jaelcio Tenório devido a volta dos vereadores que estavam afastados, a Câmara de Caruaru segue sem líder do governo. Com isso, a oposição deita e rola nas sessões da Câmara. Nesse momento apenas dois vereadores ainda usam à Tribuna para defender o governo: Marcelo Gomes e Lula Tôrres. Os demais têm perfil conciliador e não gostam de bater boca na Tribuna da Casa. Uma questão de perfil mesmo.