Após o fim do período eleitoral e confirmada a derrota nas urnas, a oposição em Caruaru precisa se reinventar. Com uma surra de votos nas urnas em uma eleição em que para muitos estava praticamente ganha, chega-se à conclusão que o grupo comandado por Tony Gel (DEM), se quiser se manter forte, precisa rever algumas questões.
Os erros começam na eleição de 2004, quando Tony se elege com Roberto Liberato na vaga de vice. Com mandato na Assembleia, o então amigo/irmão renuncia a vice para manter a cadeira na Alepe. Uma decisão equivocada em que faltou pulso de liderança de Tony para evite que o fato fosse consumado.
No ano de 2006, a contra gosto da maioria dos vereadores, Tony indica Leonardo Chaves para ser o presidente da Câmara. Numa manobra articulada pela oposição e com participação efetiva de Laura Gomes, Gilberto de Dora, Louro do Juá e Diogo Cantarelli, Neguinho Teixeira foi eleito. Mas o maior erro estava por vir. Com problemas existentes da gestão de Teixeira na Câmara e sem um sucessor preparado, Tony renuncia e vai disputar, com o argumento não convivente, de um sonho, a vaga de vereador.
A estratégia era simples. Tony seria eleito com uma grande margem de votos, formava uma bancada de oposição forte e com isso, o prefiro Zé Queiroz teria uma verdadeira dor de cabeça. Só faltou combinar com o eleitor, que não aceitou a renúncia e o DEM foi para um mandato esfacelado e com quatro vereadores na Casa Jornalista José Carlos Florêncio.
O tempo passa e com muitas dificuldades o ex-prefeito é eleito deputado estadual. A esposa, que ainda era deputada, ocupa a vaga de vice na chapa de Jarbas Vasconcelos, que sofre uma grande derrota de Eduardo Campos. Mesmo com todas as dificuldades a oposição e o DEM em Caruaru seguiu sobrevivendo.
Podendo mudar de legenda e deixar um partido esfacelado, Miriam Lacerda, decide ficar no partido e surge como a liderança e um nome de renovação. O prefeito Zé Queiroz passa por problemas no governo. Devido a falta de habilidade de alguns secretários tem problemas de diálogo com vários setores da sociedade e algumas lambanças são cometidas.
Antes da campanha, Miriam aparece na frente em todas as pesquisas e com a briga entre João e Zé o cenário estava perfeito para uma vitória da oposição. Com o início da campanha e principalmente do guia, Queiroz conseguiu reverter a situação. Não precisa ser cientista político para perceber a quantidade de erros cometidos pela equipe de Miriam.
O jurídico da candidata foi o único setor da campanha que conseguiu dar um banho. No mais, situações que mostraram uma falta de sintonia. Alguns guias não continham uma única proposta, com ataques desenfreados a atual gestão. Sem experiência de uma disputa majoritária, a própria Miriam, penou em algumas situações e só melhorou nos últimos 15 dias de campanha.
Mesmo diante de todas as dificuldades, com uma campanha sem rumo e com poucos recursos, a candidata ainda obteve mais de 66 mil votos, o que mostra a fidelidade de uma parcela do eleitorado, que ratifica uma vaga na assembleia e permite sonhar com uma disputa na Câmara Federal. No entanto, diante de tantos fatos, o eleitor não vai mais aceitar erros primários e o limite de tais erros, foi a eleição de 2012.