Com a volta dos vereadores indiciados pela Operação Ponto Final, a oposição passa por um momento de reorganização na Câmara de Caruaru. O grupo que, antes da prisão dos dez investigados, era composto por seis parlamentares deve ganhar reforço e passará a ser composto por uma bancada que deve causar dificuldades ao prefeito José Queiroz (PDT).
A explicação é simples: os ex-governistas acreditam que foram vítimas de armação com o dedo do Executivo no meio. Pelo discurso durante o retorno dos vereadores afastados, ficou claro que a bancada contra o governo vai atuar de forma efetiva para mostrar os problemas da gestão.
Além disso, o vereador Sivaldo Oliveira (PP) garantiu que agora faz parte da bancada da independência e promete trazer novas gravações que comprometem integrantes do governo. “Nós contratamos um grupo de advogados e peritos. Passamos a ouvir as 700 horas de gravação para mostrar essa pilantragem que fizeram conosco. Aguardem que os nossos peritos vão investigar essa armação que fizeram contra a gente e Caruaru vai ficar sabendo da verdade”, disse.
A mesma linha de raciocínio tem o vereador Cecílio Pedro (PTB). Ele tinha a intenção de sair candidato a deputado estadual, mas diante da repercussão negativa, praticamente desistiu da disputa. Assim como Sivaldo, garantiu que agora faz parte da bancada dos independentes. O trabalhista também afirmou que é inocente. “Vamos votar a favor do que for bom para Caruaru e o que for ruim, votaremos contra”, expôs.
No entanto, nos bastidores os vereadores informam que na hora de votar qualquer projeto irão ter a lembrança de tudo o que ocorreu no dia 18 de dezembro de 2013, quando foram presos. A bancada de oposição voltou afiada e partiu pra cima. O vereador Jajá (sem partido) explicou como vai ser a atuação da bancada.
Logo nos primeiros discursos, o parlamentar convidou os colegas da Casa para unir forças e lutar defendendo os direitos da cidade, pois, nas palavras dele, Caruaru precisa mudar. “A situação da saúde é temerosa, a educação nem se fala. Tenho certeza que a oposição fez falta na Câmara, mas o fusquinha voltou”, fazendo referência à frase outrora dita pelo vereador Evandro Silva (PMDB). Ele disse que a oposição cabia num fusca, mas que passava por cima de uma locomotiva, uma analogia ao governo Queiroz.
Louro do Juá (Solidariedade) disse que espera pela volta dos outros cinco vereadores que seguem afastados devido a Operação Ponto Final 2. “Estamos de volta com mais força e agora vamos esperar que os outros cinco também reassumam para que possamos formar um grupo de dez vereadores aqui na Câmara”, frisou.