Opinião: Será a imprensa a tábua de salvação? Por Renata Torres

Mário Flávio - 19.12.2011 às 10:00h

Quem nunca ouviu algum ocupante de cargo público, esbravejar: “Tudo o povo procura a imprensa!” Pois é, quem vive na política há muito tempo, certamente deve estranhar a participação popular cada vez maior em programas de rádio e TV. Cansada de muitas vezes levar chá de cadeira em órgãos públicos ou telefonar inúmeras vezes para ouvidorias reclamando ou solicitando um serviço e não ser atendida, a população procura com frequência a mídia, para tentar conseguir a solução para algo que incomoda o local onde vive.

Mas será esse mesmo o papel da imprensa? Essa é uma pergunta complexa, para alguns sim, para outros nem tanto. O que se sabe mesmo é que os veículos de comunicação têm sido o meio pra muita gente agilizar o serviço público e até mesmo mudar a  rotina do lugar onde vive. Uma lâmpada de um poste que não acendia há meses, uma rede de esgoto que nunca foi feita e depois de uma reportagem, o que parecia impossível se torna realidade. A felicidade é imensa. E pra quem pensa que jornalista é feito urubu, se engana. Esses momentos raros são motivo de orgulho pra qualquer repórter.

A conquista de um povo com ajuda do seu trabalho. Esse tipo de reportagem pode ter dois significados. Pra político bronco e engessado e sua meia dúzia de puxa-saco, pode ser interpretado como perseguição política. Para os mais antenados e atualizados, isso é uma oportunidade para mostrar serviço, ganhar mídia espontânea e gratuita, sair bem na fita, cair na graça do eleitor e provavelmente mais na frente tudo isso se transforma naquilo que político mais gosta, voto!

Renata Torres é jornalista e atualmente trabalha como repórter na TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo em Caruaru. Pós-graduada em Assessoria de Imprensa