Coluna publicada no Jornal Vanguarda de 01.09
Não só em meu nome, mas no de todas as pessoas inteligentes e de bom senso que votam nesta cidade, que residem nesta cidade, que tem o desprazer de ter o guia eleitoral em suas rádios e televisões, manifesto o nosso repúdio pela forma grotesca que o guia de alguns candidatos tem se apresentado. É deprimente que o espaço público de comunicação, em que deveria ocorrer o debate de ideias, em que fossem apresentadas propostas se transforme em palco de um teatro do tragicômico.
Não se o sulanqueiro se sente incomodado com o personagem de determinado guia, deveria, pois não de pode atacar um candidato menosprezando quem vive de trabalho sério. Somos a terra da sulanca, um local privilegiado por uma confluência de rodovias e estradas locais, de fácil acesso, próximo a outros centros comerciais e da capital. Nossa vocação comercial é inconteste, somos sobreviventes de inúmeras crises econômicas e, mesmo na informalidade, desenvolvemos a nossa região, o que veio a desaguar em hoje sermos um polo médico e educacional. Um candidato tem o direito de atacar o outro, mas o seu marketing político deve ser repensado quando uma região é atingida por uma piada infeliz.
É bem verdade que um candidato que já esteve no poder deve prestar contas do que fez e do que prometeu e se justificar o motivo das promessas não cumpridas, mas o que não pode ocorrer é fraudar uma situação. Quem de fato é o dono do lindo restaurante apresentado no Alto do Moura? Quem está tentando fazer a mim e a você de palhaço? O foco da discussão não deveria ser o que foi prometido e não foi feito e os motivos pelos quais isso não ocorreu? O candidato que ataca também parte de um governo municipal que durou oito anos e que também não fez? É o sujo e o mal lavado atacando a nossa inteligência, caro eleitor; toda fraude tem que ser apurada e punida, mas planos de governo devem ser apresentados e justificados.
Nós, eleitores, queremos ver ideias, propostas, soluções para os nossos problemas cotidianos. Queremos um compromisso de orçamento participativo, planos de trabalho exequíveis. Queremos saber quanto cada grupo político destinou para educações e saúde, para a melhoria da infraestrutura dessa cidade, já que todos, menos Fábio, já exerceram o poder. Repudiamos esta forma suja e desonesta de fazer política que o guia eleitoral tem apresentado e desejamos que ainda dê tempo de cada candidato apresentar o seu melhor: o seu plano de governo e trabalho.
*Rita de Cássia Souza Tabosa Freitas é doutoranda em Filosofia dos Direitos Humanos
[email protected]