Opinião – Os números não mentem – por Oscar Mariano*

Mário Flávio - 28.08.2024 às 09:08h

Com os candidatos já definidos em todos os municípios do país, as pesquisas eleitorais têm se multiplicado, norteando estratégias de campanhas e conquistado cada vez mais a atenção de tomadores de decisão e principalmente na busca dos votos indecisos. Tema de debates acalorados e controvérsias a cada novo pleito, as pesquisas de intenção de voto utilizam conceitos matemáticos para capturar uma fotografia representativa do sentimento da população em um momento específico da disputa eleitoral.

Importante lembrar que as pesquisas eleitorais, são um número representativo da população como por exemplo, em Caruaru, cidade que temos 247.051 eleitores aptos. Nesse caso, um número representativo que muitos institutos estão utilizando, para se ter uma noção confiável das intenções de votos com responsabilidade, é de seiscentos questionários (95% de confiança e 4% margem de erro), no qual, esses devem ser distribuídos pelos bairros da cidade e também na zona rural. Porém, é importante frisar que cada instituto de pesquisa, é livre para escolher o tamanho da coleta e suas estratégias, até porque cada município tem sua realidade eleitoral.

Alguns dados são de fundamental importância na formulação e aplicação de uma pesquisa, e essas informações estão disponíveis no site do TSE, para todos que quiserem buscar e ficar informado. Como por exemplo, quem tem maior representatividade nas eleições 2024? As mulheres! Levando por base Caruaru, as mulheres representam hoje 55% dos eleitores do município e a camada de eleitores por idade fica entre os 25 e 59 anos, com quase 69% de representação.

Nesse caso, as mulheres deverão ter maior participação nas entrevistas que os homens, se for o inverso a pesquisa terá um erro. Outro ponto importante é que a maioria das mulheres entrevistadas, devem estar dentro das faixas etárias do eleitorado e outros parâmetros no perfil do eleitorado.

Dois pontos importantes para se explicar sobre uma pesquisa, é sobre a margem de erro e o nível de confiança. Margem de erro, é a porcentagem que indica o nível de correspondência dos resultados da pesquisa com as opiniões da população total. Quanto menor a margem de erro, maior será a probabilidade de você ter a resposta exata a um nível de confiança específico.

Já o nível de confiança da amostra, é a porcentagem que revela o quanto você pode ter confiança de que a população selecionaria uma resposta dentro de um intervalo específico. Por exemplo, um nível de confiança de 95% significa que você pode ter 95% de certeza de que os resultados estão entre os números apresentados.

Por fim, é importante entender, que não devemos apenas analisar uma pesquisa e tirar conclusões, precisamos de uma sequência de pesquisas, para comparar avanços e regressões dos candidatos, e assim formalizar uma análise. “Os números não mentem”, e eles são fundamentais para que os candidatos, entendam os anseios do eleitorado.

*Oscar Mariano é Estatístico