Opinião – O PSOL não quer o poder pelo poder – por Severino Melo*

Mário Flávio - 04.12.2012 às 09:25h

Para quem pensa que a ambição do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) é, simplesmente, chegar ao poder, está redondamente enganado.Eu disse aos quatro ventos de Caruaru, durante campanha para a eleição deste 2012, que o PSOL poderia até ser um partido pequeno, mas, nunca, jamais, em tempo algum, que trava-se de um pedaço.

O PSOL oriundo de uma dissidência do PT, não pode se comportar com os trejeitos dos partidos fisiológicos.Até hoje eu só estive em partidos ditos de esquerda: PMDB, PDT, PCdoB, PPS e PSOL. Jamais passou pelo meu entusiasmo de militante político-partidário fazer parte do DEM, do PSDB, ou de qualquer outra sigla identificada como sendo de direita, se bem que o saudoso Millôr Fernandes, escreveu certa vez, que “neste país de infieis até a esquerda é de direita”.

Direita e ou esquerda à parte, o PSOL é, sobretudo, um partido do povo, que defende um socialismo de verdade. Terá que educar este mesmo povo, para através da confiança conquistada chegar ao poder com todos os méritos, independentemente de quanto tempo isto demorará para acontecer e, necessariamente, sem o pacto de ajuda dos velhos partidos das oligarquias.

Há um adágio que diz: “Me dizes com quem andas e eu te direi quem és”. Pessoalmente, eu tenho uma admiração incomensurável pela postura do Senador Randolfe Rodrigues (AP). O mesmo tem se saído um baluarte do bem no Senado Federal. Denunciou o ex-Senador Demóstenes Torres e todos puderam acompanhar o desenrolar do processo.

Todavia, fazer parcerias políticas incongruentes, apenas por está disputando um segundo turno, não justifica a junção com todo e qualquer apoio que surja pelo caminho, pois o troco pode ser tão alto, que o desgaste poderá chegar às raias do insuportável.Ser de esquerda, socialista e democrático, não é tarefa fácil de ser cumprida, num meio em que, para muitos, “os fins justificam os meios”. A coerência seja a que preço for tem que ser mantida.

O PSOL de Caruaru foi exemplo vivo de coerência neste pleito 2012. Sua coligação foi pura e simplesmente com o PPL (Partido Pátria Livre). Deixou que passasse ao largo o “trator” da salada de frutas que foi tanto uma como a outra coligação oponente. E, se houvesse segundo turno, que o povo decidisse votar no “A” ou no “B”, mas sem o beneplácito do PSOL, pois a sua missão teria sido exaurida desde o primeiro turno. Provavelmente, o PSOL lançará candidatura própria para prefeito em 2016 e quiçá terá uma maioria tão expressiva de votos que vencerá já no primeiro turno. Quem viver, verá!

*Severino Melo – filiado do PSOL Caruaru – ex-candidato a vice-prefeito – para quem mandato não é emprego e política não é profissão. [email protected]