Coluna publicada no Jornal Vanguarda
Nesta semana iniciou-se a propaganda eleitoral, sendo permitida a pintura das propriedades privadas, a exibição de bandeiras e cavaletes, entre outras formas de divulgação, mas só em agosto será liberada a propaganda no rádio e na televisão. Em Caruaru, a campanha iniciou-se de forma tímida; ao andarmos pela cidade parece que o clima de eleição ainda não a contaminou.
Mas será que a eleição de fato não começou via campanha? Almoços e visitas a correligionários já ocorrem há muito tempo. Muitos forrós foram dançados no período junino, crianças batizadas, promessas feitas… Mas tudo da surdina, sem chamar muito a atenção do público ou do juiz eleitoral da propaganda, tudo devagarinho. A campanha começa com iniciativas ‘‘formiguinhas”, pois se sabe que ela será acirrada, já que para o Executivo grupos tradicionais se enfrentam e no Legislativo há mais de 300 candidatos.
A eleição para o Executivo começa com uma dúvida: a oposição tem candidato próprio ou testa de ferro? Se a oposição vencer, quem será o prefeito desta cidade? É preciso que o candidato se firme e convença o eleitorado que desconfia sobre quem exercerá o poder no Executivo. Na situação, o candidato deseja a reeleição e será vidraça. As pedras contra essa vidraça serão abundantes e objetivaram desviar a discussão do que realmente importa: propostas viáveis para a continuação do crescimento desta cidade.
Caruaru precisa de um planejamento nas mais diversas áreas. Tem que ter educação e infraestrutura para esse ‘‘boom” de crescimento que atravessa e de um planejamento sério para o futuro. Em épocas de internet e de cultura de massa, precisa preservar as suas raízes culturais, mantendo a sua identidade.
Em épocas de julgamento de senador por falta de decoro, de cachoeiras de corrupção assolando este país, da saída de Rands da vida pública, uma crise ética se instala no meio de um povo que a negligenciou durante tanto tempo. É por isso que nós, eleitores, não podemos nos distrair com um marketing eleitoral que tenta nos convencer por convencer, mas examinar quem propõe algo viável para continuarmos crescendo.
* Rita de Cássia é Advogada e professora de Filosofia