
Com claríssima alegria, recebo a notícia de que o “gópi” do PIX, que o governo federal havia anunciado que aplicaria na população mais vulnerável foi desfeito. O governo voltou atrás em sua decisão (assaz polêmica) de monitorar os PIX da população a partir dos 5000 reais de movimentação.
Não, ao contrário do que a mídia pelega anuncia e um bocado de passador de pano repete por aí, o governo não voltou atrás por causa das “Fake News” que inventaram (afinal de contas, nenhuma mentira pode ser pior do que a verdade por trás da portaria da Receita Federal).
Desistiram (momentaneamente) de monitorar o PIX pela estrondosa reação da população em correr o risco de ter sua movimentação financeira monitorada minuciosamente por um governo que não sabe cortar gastos e, por isso, precisa de mais dinheiro para sustentar suas “legítimas” despesas, além daquelas que não são assim tão legítimas…
O Ministro Haddad veio a público para dizer “é mentira que vamos taxar o PIX”… mas esta frase não nos diz absolutamente nada… é como ele oferecer veneno de rato para você comer e dizer “mas nós não vamos matar você!”. O monitoramento “pente fino” não é uma taxação, mas é uma forma de taxar com o que já nos assombra desde sempre: o Imposto de Renda.
No fim das contas, profissionais liberais e pequenos empreendedores, além de biscateiros e prestadores de serviços humildes seriam os mais afetados.. Eles passariam a pagar imposto de renda, em detrimento de… sobreviver.
Saímos muito rápido de “vamos taxar os super-ricos” na campanha para o “todos devem pagar imposto, pois sonegar é crime” de agora. Sonegar, meu amigo, minha amiga, para alguns, é questão de sobrevivência. (sim, eu não me importo com como esta frase será interpretada! Sonegar é, para muita gente, NECESSÁRIO!)
(justamente essa “gente” que iria ser afetada por esta medida dracônica – e, permita-me um spoiler: nenhum deles é super-rico!).
“Ain, João… que besteira… nada ia mudar na realidade”… Opa, se “nada mudaria”, por que propuseram a mudança? Se “tudo ficaria na mesma”, por que a Receita sugeriu que esse monitoramento passasse a existir? (“passar a existir” é mudar o que se tinha antes, né?)
NENHUM, repito, NENHUM argumento a favor desta atrocidade do PIX tem lógica… mas tem ideo…lógica… ou fisio…lógica: uma boa e velha dose de “tenho que defender o governo o tempo todo, pois ele tá me pagando”. Se você defendeu essa portaria autoritária do PIX sem ter recebido $$ por isso, você foi burro! Tinha gente recebendo muito!
Bom, mas os 200 milhões de visualizações (em 24 horas) do vídeo do deputado Nikolas Ferreira mexeram com o brio e as covicções do Planalto… além disso, outros personagens nas redes sociais mostraram sua força esclarecendo ao povo do que essa “mudança que não muda nada” se tratou…
E o POVO mesmo mostrou: muita gente sem aceitar PIX, muita gente sem querer fazer PIX… aposto que, hipocritamente, até mesmo alguns que defendiam “tem que monitorar para não ter sonegação” estavam pedindo pagamentos em dinheiro vivo ou transferência (TED), como faziam os antigos sumérios.
Esse país NÃO É UMA PIADA… mas quem defendeu esse pente fino no PIX é! E uma piada de mau gosto!
*João Antonio é professor