Este é o tema do 19º Grito dos Excluídos, que é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
Em Caruaru o grito já foi dado mais forte, mesmo na ausência de boa parte da militância do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) esses vão geralmente reforçar a marcha de Recife, ala progressista da igreja católica, sindicatos, em destaque o SINDEC (Comerciários) e vários outros segmentos se juntavam com antecedência e planejavam a marcha.
É uma pena que a desmobilização e outros fatores tenham enfraquecido e dado novos e diferentes rumos ao “Grito”. Este ano pode haver uma surpresa, entidades e lideranças envolvidas na mobilização ainda estão com estratégias diferentes e em alguns casos até mesmo motivações diversas. Isso poderá gerar desencontro e principalmente fragilizar a aglomeração.
Creio que o fato da gestão agregar boa parte do que se chama centro e centro-esquerda, ajuda a dispersar estes atos, fato que não consigo equacionar até hoje, seja no âmbito nacional, estadual ou aqui, no município. Mas é importante ressaltar que este ano é o 19º Grito realizado nacionalmente. E, mesmo não acontecendo na dimensão que deveria há uma linha sendo adotada, e em termos gerais visa:
Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos. Há uma preparação antes para que ele aconteça. Uma agenda com uma série de debates e ações. São momentos de formação e atos públicos que culmina num grande ato pelo Projeto Popular no dia 07 de Setembro, em raríssimos casos, no dia 06.
Nosso município tem a tradição de ver a celebração do sete de setembro com uma multidão, tanto desfilando como assistindo. É tempo de patriotismo e civismo, mas não esquecer que nem tudo é festa. Enquanto cidadãos não tiverem garantidos seus direitos e nem devidamente conscientes de seus deveres, enquanto predominar a desigualdade e injustiça, enquanto houver sem-tetos, sem-terra, sem-empregos e sem cidadania plena, haverá motivos para gritar nossa indignação, e que esta nos alimente de ousadia para luta e firmeza na construção de um novo projeto voltado de fato para responder as expectativas do povo.
II Simpósio de Administração Pública da Faculdade ASCES
Dias 11 e 12 de setembro, tema: Perspectivas e desafios da nova ordem democrática. Detalhes:
11/09 – 19:00 – Abertura no Auditório da Asces no Campus I
12/09 – 09:00 às 12:00 – Debate sobre mecanismos de participação social
14:00 às 17:00 – Mesa redonda sobre desafios e avanços da participação social com o Diretor de Participação Social da Presidência da República Pedro Pontual. Vale à pena conferir!
E NA CÂMARA MUNICIPAL…
Está vivendo uma fase muito complicada em relação aos ataques, pessoais ou não, com intenção político-eleitoral precedendo a campanha de 2014 ou não. É triste ter que assistir isso tudo. Democracia é atrelada a tolerância, ao reconhecimento do outro como igual e a capacidade de resolver desentendimentos através do diálogo.
PARA PENSAR…
“A estratégia dos que lutam por democracia deve ter como foco a racionalização do poder, evitando-se caminhos que possam levar ao domínio da força, até porque, se o rumo seguido for este, a tendência é de que a vontade dos donos do dinheiro ou dos canhões prevaleça, não sendo incomum a aliança entre ambos.” Murilo Gaspardo – Correio da Cidadania.