Opinião – Impressões sobre as pesquisas eleitorais em Caruaru – por Evandro Franca*

Mário Flávio - 12.09.2012 às 09:57h

Em 22.08.2012, ao ler a análise da Dra. Ana Maria Barros acerca do pleito de Caruaru, fiz o comentário que abaixo transcrevo, na íntegra, reiterando-o em todos os seus termos.

Eis o comentário que fiz naquela ocasião, vale salientar, quando se iniciava o guia de rádio e tv da majoritária.
“Como sempre, as eleições em Caruaru são acirradas. Porém, há um conjunto de fatores neste pleito que me autorizam afirmar que o mesmo pende para o candidato José Queiroz.

O primeiro deles: Pesquisas indicam que mais de 80% por cento dos candidatos vencedores nas eleições municipais também lideravam no tempo de rádio e tv. A importância deste instrumento não está no horário da propaganda regular que, por sinal, geralmente, afugenta o telespectador, mas, nas inserções.

Sob este aspecto, é bom lembrar alguns exemplos da eficácia desta ferramenta.

1 – Marcio Lacerda e Antônio Anastasia, ambos afilhados de Aécio em Minas, venceram as eleições, diga-se, com folga, a partir do guia eleitoral, pois, antes deles, apresentavam índices baixos nas pesquisas.

2-Na eleição de 2004, em Recife, antes do início do Guia, Joaquim Francisco liderava com 35/37, enquanto João Paulo, candidato à reeleição, girava em torno de 27 e Cadoca 23. Passados 15 dias do início do Guia, João Paulo saltou para 39, Joaquim caiu para algo em torno de 15%. O final todo mundo sabe, mas não custa lembrar, João Paulo foi eleito no primeiro turno.

3-Gilberto Kassab, em SP, caía pelas tabelas e foi a partir do Guia eleitoral que sagrou-se reeleito prefeito de São Paulo.

4-Vamos para o caso mais próximo. Em início de agosto de 2004, as pesquisas, em especial a publicada no Diário de Pernambuco, dava JOÃO LIRA NETO 49%, TONY GEL 22%. Vejam bem. Isso foi às vésperas do guia eleitoral de Rádio e TV. E o resultado todo mundo viu. Claro que não há obrigação alguma da história se repetir, mas que os ingredientes apontam nesse sentido, isso, sim. Aliás, é bom ficar de olho nos índices de aprovação e rejeição da administração, pois isso é bem mais importante que os números finais dessa ou daquela pesquisa.”

As novas observações que agora faço, após a publicação da pesquisa IBOPE, são de que a tese acima está se confirmando. E para reverter este quadro desfavorável Miriam e sua equipe de marqueteiros terão que descobrir uma fórmula capaz de elevar os índices de insatisfação da população – principalmente dos votantes – com a gestão de Queiroz. Isso, João Lyra Neto não conseguiu em 2004, em relação à gestão de Tony Gel, daí porque este conseguiu se reeleger.

Em síntese, grande desafio de Miriam é derrubar o nível de satisfação do eleitorado com a gestão de José Queiroz, pois a permanecer nos níveis atuais que giram em torno de 60%, conforme acusou o levantamento do IBOPE, a tarefa de impedir a reeleição de José Queiroz, a meu sentir, revela-se quase que impossível.

*Evandro Franca é funcionário do Banco do Brasil e bacharel em Direito