Cinco anos e dois meses no comando da prefeitura de Caruaru, o Prefeito José Queiroz diz que a educação vai bem. As campanhas publicitárias mostram uma educação de sucesso, mas parece que não é bem assim, há algo de errado nas terras de Caruaru.
Se a Educação vai bem, como diz a prefeitura em suas propagandas, como explicar 4 secretários de educação em cinco anos de mandato? Este é o primeiro sinal de fumaça, e onde há fumaça pode ter fogo.
A educação não vai bem, tantos secretários em tão pouco tempo mostram que a educação não tem um norte, pois cada um que assume procura colocar suas diretrizes e principalmente sua equipe técnica. Já entraram programas como Alfa e Beto, IQE – Instituto qualidade no Ensino, PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, nenhum destes programas durou ou vai durar mais que 3 anos, sendo que o ensino básico tem 4 anos para o fundamental 1 e mais 4 para o fundamental 2, programas que só duram 3 ou 2 anos podem promover alguma aprendizagem para os estudantes e principalmente quando cada programa tem sua metodologia de ensino? Não, a educação de Caruaru está uma verdadeira colcha de retalhos, cada um que assume coloca suas concepções de educação, e até agora, nenhuma delas agradou ao Prefeito, imaginem aos professores que estão nas salas de aulas. E por mais que se diga que é uma reforma administrativa, a demissão do secretário de educação foi o sinal de que a greve dos professores não é um capricho de um pequeno grupo, é sim, o desejo de uma rede e esse desejo de melhoria derrubou o secretário.
Quando assume-se um cargo político, você diz que está concordando com as convicções e ideias de quem o convidou. Assumir a secretaria de educação de Caruaru é dizer que o Plano de Cargos e Carreira (PCC) está correto e que não prejudica a carreira dos profissionais de educação, é dizer que o professor é valorizado e que as escolas estão muito bem e que todos os alunos tem condições dignas de estudo.
Não concordar com isso e permanecer calado é algo ainda pior, pois temos o direito de tentar mudar uma situação, mas quando estamos totalmente de mãos atadas e possuímos o direito de sair e deixar que outros tentem, tornamo-nos coniventes com a situação, e assim, perdemos a credibilidade e a confiança que nos foi depositada.
Educação não pode ser vista com um comércio nem tão pouco como uma escada para se atingir qualquer tipo de status, não cabe vaidade em educação, enquanto isto acontecer, nossas crianças servirão apenas de modelos para propaganda de TV e os profissionais de educação não serão valorizados, a não ser por meio da luta.
*Diogo Farias Fonseca é professor