Eis a questão. Ouvimos nas últimas semanas se falar muito sobre o aumento das passagens dos coletivos. Por todo Brasil, desde o início do ano, as principais cidades já começaram a fazê-lo, porém, há uma movimentação em direção contrária, não só por parte de entidades e ONGs, mas por outros segmentos. A redução é possível e em alguns locais são os parlamentares que pedem isso. Em outros, o executivo toma iniciativa de negociar essa redução, até mesmo o governo federal já agiu com essa meta.
Não é algo fácil, e é necessário primeiro entender que todas as partes precisam ter perder em algo. Isso é um princípio da arte de negociar. Em nossa cidade houve e continua havendo sim, melhoria por parte das empresas tanto no sentido de renovar a frota, como nos horários, no atendimento ao passageiro enquanto cliente, segurança e conforto nas viagens, acessibilidade, etc.
Ainda assim, é possível encontrar circulando ônibus que quebra por não ter mais condições visíveis de estar circulando, linhas como a do Alto do Moura que não tem nenhum carro que atenda aos portadores de deficiência física, motoristas ou cobradores que destratam passageiros (evidente que tem muito passageiro ignorante e mau educado), alguns atrasos e, em situações pontuais desrespeito com idosos. Nesses casos não tem jeito, o ideal é mesmo anotar número do carro e horário e comunicar aos dois: empresa e DESTRA.
Em abril, o 2º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, com prefeitos de muitas cidades do país, discutiram esse tema entre os prioritários para se ter uma cidade melhor. Obras como corredores de ônibus ajudam a tornar a viagem mais breve e ônibus maiores podem ser usados. O valor da passagem foi levantado por José Fortunati, atual presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, dizendo que “chegou o momento dos municípios formarem uma assembleia para reivindicar abatimentos nos preços cobrados pelas companhias de transporte público, incluindo os trens e metrôs.”
Dilma Rousseff também quer ver o preço de passagens rodoviárias diminuírem (retirada do PIS/Cofins das passagens de ônibus). Existindo até projetos que até defendem que as passagens de ônibus deveriam ser gratuitas, já que é direito de todos os cidadãos terem acesso ao transporte público. A proposta ainda não foi aprovada por definitivo no Senado. Com melhor desempenho durante as viagens rodoviárias, mais conforto e preços mais justos a procura pelos ônibus certamente deverá ser maior.
É possível baixar? Aqui mesmo vimos um gesto assim nos domingos e feriados. Em Rio Branco, depois da intervenção da Prefeitura Municipal, foi possível. Houve uma renegociação entre a prefeitura, as empresas de ônibus e o poder público da capital do Acre. Em Natal, a possibilidade de queda também foi anunciada. No Paraná, o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, afirmou que vai repassar aos usuários do transporte coletivo o impacto financeiro da isenção do ICMS que incide sobre o óleo diesel utilizado nas linhas de ônibus do município, conforme proposta do governador Beto Richa aprovada pela Assembleia Legislativa.
Existem algumas cidades que acompanham os valores tabelados da GEIPOT – Grupo de Estudo da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes. Essa relação também pode variar de acordo com adequações de cada município.
Calcular um valor ideal não é simples, relaciona-se a quantidade de quilômetros percorridos e quantos passageiros serão transportados na viagem, cotam-se os preços dos gastos com a manutenção e reparo dos veículos não deixando os índices de inflação e os tributos para trás, observam-se as condições do local por onde os veículos irão transitar (aqui o asfalto predomina) também interferem nas despesas e por isso são levados em consideração. O piso salarial para o local e as políticas de gratuidade compõe isso tudo.
É possível desonerar os subsídios firmados entre as instituições licitatórias fazendo com que o preço de passagens de ônibus possa ser revertido como benefício para a população? Baratear para as empresas os combustíveis e os impostos pagos na compra dos próprios transportes coletivos é uma medida viável?
A diminuição no preço de passagens de ônibus pode ser fruto de vários interesses e parcerias entre o poder público e a própria empresa encarregada de transportar a população. O ideal seria que o valor fosse acessível para todos, sem exceções, considerando que nem todos tem condições reais de embarcar em um transporte se quer. Pois que passamos a conversar sobre isso por aqui também, por que não?
POLÊMICA DO ISSO PODE, ISSO NÃO – Essa semana na Câmara Municipal o uso do violão foi criticado. Mas novamente vale lembrar o poeta repentista, enquanto esteve lá, seus versos poéticos eram elogiados. Então é bom saber qual critério está sendo usado. Poesia se for verbalizada pode, cantada não? Musicada não? Com expressão corporal não? E Literária? Que manifestação artística pode e qual não?
POLÊMICA II – Até agora ainda não sabemos se o evento CHAMA VIVA acontecerá ou não este ano. O chama Viva, noite gospel com atrações evangélicas que se apresentam dentro do contexto nordestino, aconteceria pela terceira vez este ano e pode não acontecer este ano por conta da dificuldade da prefeitura em ajudar nos custos.
MARIGHELLA – A casa onde o líder comunista Carlos Marighella passou a infância e parte da juventude (Rua Barão do Desterro, na Baixa dos Sapateiros) deve ser integrada ao Memorial da Resistência Carlos Marighella, que vai funcionar em dois imóveis localizados no Pelourinho, cedidos pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) da Bahia. O imóvel foi onde o pai de Marighella, o italiano Augusto, criou os sete filhos que teve com a negra Maria Rita e mantinha uma oficina de motores.
O memorial é um resgate da história do baiano – morto em São Paulo numa emboscada dos órgãos de repressão, sob o comando do delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury, em 1969 – e também daqueles que enfrentaram o golpe militar de 1964. Carlos Marighella foi declarado herói nacional ao ser anistiado “post mortem”, em Salvador, pela 53ª Caravana da Anistia do Ministério da Justiça, cujo objetivo é reparar os crimes cometidos pelo último regime militar que governou o Brasil (1964 e 1985).
FRASE DA SEMANA – “Nenhum vereador na história recente da cidade assumiu um mandato com tanto escárnio, descrédito e suspeição e tornou-se uma grata surpresa, um verdadeiro cabra da peste.” (Mário Benning – Blog do Mário Flávio)