Opinião – Decisão acertada: governo impõe jogos de portões fechados para Santa Cruz e Sport após cenas de selvageria

Mário Flávio - 01.02.2025 às 21:39h

A governadora Raquel Lyra tomou uma decisão dura, mas necessária ao determinar que os próximos cinco jogos de Santa Cruz e Sport sejam disputados com portões fechados. A medida vem em resposta às cenas de violência e selvageria protagonizadas por integrantes das torcidas organizadas dos dois clubes nas ruas do Recife, neste sábado (1º), antes do Clássico das Multidões.

A decisão atinge em cheio os clubes, que perderão arrecadação, mas deixa claro que o futebol não pode ser refém da violência. Se torcedores usam o esporte como desculpa para o caos, colocando em risco a segurança da população, o Estado precisa agir com firmeza. O direito ao lazer e ao futebol é legítimo, mas não pode ser usado como justificativa para transformar a cidade em uma praça de guerra.

Os jogos sem público impactam diretamente o calendário das equipes:

🔴 Santa Cruz:
• Contra o Central (Campeonato Pernambucano)
• Semifinal do Estadual (se avançar)
• Final do Estadual (caso chegue)
• Dois jogos da Série D (ou três, caso não chegue à final)

⚫ Sport:
• Contra o Fortaleza (Copa do Nordeste)
• Contra o Maguary (Campeonato Pernambucano)
• Contra o Náutico (Campeonato Pernambucano)
• Contra o Moto Club (Copa do Nordeste)
• Mata-mata do Pernambucano (caso se classifique)

Medida contra a impunidade

O futebol não pode ser território sem lei. Há anos, torcidas organizadas protagonizam conflitos sangrentos, e a resposta do poder público tem sido tímida. Agora, com a punição atingindo diretamente os clubes e afastando os baderneiros dos estádios, o recado está dado: ou o esporte é vivido com civilidade ou sofrerá as consequências.

Os verdadeiros torcedores – aqueles que amam o clube e não a violência – também sentirão o impacto, mas a medida precisa ser encarada como um passo necessário para a retomada da ordem. O futebol precisa ser um espaço de paixão, não de medo.

Raquel Lyra agiu com coragem e responsabilidade. Que essa punição sirva de lição para que cenas de barbárie nunca mais manchem o esporte pernambucano.