Hoje a coluna vai ser um tanto pessoal, baseada numa experiência recente. Posso dizer que sou uma pessoa totalmente viciada e dependente das novas tecnologias. Não vivo sem internet, estou grudada o tempo inteiro nos meus telefones e minhas redes sociais e emails ficam online 24 horas por dia. Em algum lugar do meu passado recente fui proibida de utilizar o Twitter pelo meu gestor da época… ele alegava que era um lugar pra “fofoca e brincadeiras”. Logo a rede social em que as notícias mais circulam informações. Enfim, fiquei indignada, mas não tinha muito o que fazer, já que os smartphones ainda não eram realidade como hoje.
O tempo passou, a tecnologia evolui a cada dia e eu também me tornei gestora. E, acreditem, tenho uma enorme dificuldade com os meus colaboradores no que diz respeito a separar as redes sociais do trabalho. Não sou totalmente contra, afinal, seria até falta de sensatez defender a proibição da utilização da internet no trabalho, haja vista que bem utilizada, é uma ferramenta de otimização, comunicação e interatividade. Ela aumenta capacidades, aproxima pessoas e democratiza a informação e o conhecimento.
Além disso, a internet cria um senso de urgência, de estar plugado, de ler e ser lido, de ver e ser visto. Todos querem estar atualizados. Alguns, ao ficar uma hora sem acessar a rede, têm a sensação de estar perdendo alguma coisa. A informação de uma hora atrás já é antiga. Todavia, a responsabilidade deve estar presente no comportamento de quem usa a web no trabalho, pois é muito fácil, ao navegar na internet, perder o foco e esquecer o bom senso.
Bom senso esse que é difícil de se ter quando o celular fica apitando de cinco em cinco minutos com alguma atualização de Facebook, Twitter ou qualquer outra rede social… é muito difícil controlar. Sob os computadores funcionais ainda dá pra ter algum domínio, mas telefones pessoais, não.
É preciso se adaptar às inovações do tempo e respirar fundo pra aceitar os efeitos colaterais da modernidade, como o consumo exacerbado de informação, a distração, a falta de foco e a dificuldade de transformar informação em conhecimento. Essa é, sem dúvida, uma questão delicada, já que o funcionário pode se dispersar muito facilmente ao longo do dia, influenciando de forma negativa a obtenção das metas e resultados.
Ao gestor moderno resta poder contar com a responsabilidade dos colaboradores de forma que usem essa poderosa ferramenta nas horas de trabalho para agregar valor à sua atividade profissional e, nas horas de folga e após o expediente, para tratar de assuntos pessoais e se divertir. No momento que nós conseguirmos colocar isso na cabeça dos funcionários a produtividade volta e a paciência esgotada do gestor também.
*Conceição Ricarte é jornalista, chefe de redação da Rádio Cultura, com pós graduação em Assessoria de Imprensa e Marketing Digital e Mídias Sociais.