Opinião: “Caruaru 2030 e a práxis do ilusionismo”. Por Raffiê Dellon

Mário Flávio - 30.12.2011 às 10:50h

Seria circense, se não fosse oportunista o fato do executivo municipal criar em seu infinito imaginário o Programa “Caruaru 2030 – Um Novo Modelo de Desenvolvimento Econômico”. Ora, apenas no dicionário e na forma de gestão da prefeitura de Caruaru que a palavra desenvolvimento vem antes de participação. Ilógico é pensar em desenvolvimento a longo prazo, onde se predomina a “emancipação mútua” de aspectos suburbanos, como é o caso da praga das muriçocas em nosso município, simples fator não solucionado pela pasta responsável. A não ser que nesse quesito, o “Desenvolvimento Econômico” esteja ligado às vendas em enorme escala das raquetes elétricas, aliás, um sucesso na economia local!

Para se ter idéia de como o encarregado para coordenar esse “neo-grupo” de faz de conta estava tão interessado no tal desenvolvimento, foi o fato do nosso querido, discreto, tímido e vice-prefeito Jorge Gomes, ter dormido na solenidade de lançamento da construção do Centro de Convenções, ou melhor, sejamos mais “desenvolvimentistas” ele apenas cochilou.
Uma contradição absurda é querer pensar 18 anos após, sem colocar o “dedo na ferida” e se quer pensar no ano posterior. Como foi a principal bandeira de campanha, o Orçamento Participativo que virou “perna de cobra”, completando hoje seus 793 dias de lançamento. Onde a sociedade civil não teve o prazer de opinar nada sobre a destinação do dinheiro público. O executivo mais uma vez, comprovando seu certificado de irresponsabilidade financeira, pretende investir 14 milhões em Comunicação, Recife com 5 vezes mais habitantes pensa igual.

 Enquanto isso, nenhuma discussão do executivo sobre a Copa do Mundo, que está logo ali em 2014, acontecerá a 130 km de nossas terras, e como de costume se realizará no mês de junho, época própria do nosso esplendoroso São João. A “menina dos olhos” da prefeitura, a Destra, que nada pensou ou nada tem de concreto sobre ciclovias, complicado pensar futuro sem pelo menos raciocinar sobre esse tema.

Um dos três eixos temáticos escolhidos foi o chamado Desenvolvimento Social, olha, John Dewey (pedagogo e filósofo norte-americano) lá na década de 30 dizia que: “A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.” Daí vale lembrar que nem as famosas “Escolas de Tempo Integral”, tanto divulgada e orquestrada se conseguiu emplacar, tudo meia-boca, tudo de mentirinha. Enfim, pensar desenvolvimento macro e principalmente público não é achar que ser prefeito é profissão, como muitos déspotas pelo agreste pernambucano acham.  2012 é ano de democracia, é ano do povo se fazer partícipe nas decisões do futuro e sem dúvida, muitos caruaruenses dirão, parafraseando Chico Buarque nos tempos da ditadura: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia!”.

Raffiê Dellon é vice-presidente nacional da Juventude do PSDB.