Opinião: Aos 32 anos sigamos de mãos dadas em fileira. Por Elba Ravane

Mário Flávio - 10.02.2012 às 14:10h

Hoje o Partido dos Trabalhadores (PT) completa 32 anos. Desde a sua fundação, no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo, o maior Partido da América Latina vem transformando cotidianamente a vida dos brasileiros e brasileiras e influenciando positivamente mudanças em todo continente.

 
Já na sua fundação o Partido reuniu uma diversidade de pessoas, líderes sindicais liderados pelo grande líder da contemporaneidade Luiz Luiz Inácio Lula da Silva, intelectuais como Florestan Fernandes, feministas como Helena Greco, artistas, jovens e lideranças estudantis. Para dar respostas no final da década de 70, ao vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais, o PT é fundado e se consagra sob o viés socialista democrático.

 
A partir daí, vem contribuindo para as transformações políticas de nosso país e com o Brasil cresceu, amadureceu, transformou-se, mas se manteve firme na certeza que só a militância política dos/as filiados/as, a democracia interna, a liberdade de organização interna e a valorização da diversidade pode construir um partido capaz de implementar no governo aquilo que defende internamente, embora nos governos a conjuntura política do Brasil ainda não permita que as transformações a que nos propomos possam ser implementadas em sua integralidade, devido às forças de coalizão.

 
Quando o PT ainda não era governo, mostrou que um partido deve existir no cotidiano das pessoas e não em função da disputa eleitoral que é apenas um instrumento político. Com seminários, campanhas sociais, atuação de suas lideranças nos espaços coletivos o partido criou na prática uma ampla rede de formação política, o que colaborou com a melhor compreensão dos problemas enfrentados pelo povo. Inaugurou uma fase no país onde a disputa eleitoral deve ser pautada nas propostas políticas, nos projetos ideológicos, no programa de governo e não nas características pessoais dos candidatos. Ainda exerceu uma oposição qualificada aos governos de direita, pautada na crítica da condução da política.

 
No governo erramos, fizemos auto-critica e reconduzimos nossas ações. Transformamos as realidades nos municípios e estados que governamos. No País, a partir do Governo Lula e agora com o Governo Dilma, o PT vem transformando a vida dos mais excluídos, com inserção dos jovens carentes na universidade, através do PROUNI e das expansões das Universidades Federais, garantiu o fortalecimento das políticas da mulher na perspectiva de romper com o machismo, o preconceito e a discriminação, reduziu a pobreza, institucionalizou o combate ao racismo, expandiu o desenvolvimento econômico para as regiões antes exploradas, a exemplo do Nordeste.

 
Apesar dos avanços as grandes transformações estão ainda no início. Assim, ano passado o PT realizou o 4º Congresso, onde mais de mil filiados/as entenderam que era necessário ampliar a participação da juventude em sua direção, garantir paridade de gênero nos espaços de tomadas de decisão do partido, fortalecer a participação de negros/negras e romper com coligações com partidos da extrema direita. O partido demonstra que é preciso internamente ter como principal preocupação a nossa vida partidária, que deve ser intensa, militante e revolucionária.

 
Chegamos então aos 32 anos com importantes desafios e com a certeza de que os princípios fundadores do Partido devem ser o guia para nossas ações hoje e sempre, que devemos lutar e militar cotidianamente, primeiro dentro do Partido, para fortalecê-lo, segundo nos espaços públicos que ocupamos, nos governos, na praça, na rua, na parada de ônibus, nos coletivos para, só assim, consolidarmos uma outra forma de fazer política, pautada no diálogo com as forças do campo popular, com a esquerda de toda América Latina, com os movimentos sociais, com ampla participação das mulheres, jovens e negros/negras, na construção de uma sociedade sem desigualdades, não homofobica e anti-racista.

 
“Esse é o nosso país, essa é a nossa bandeira, é por amor a essa pátria Brasil, que a gente segue em fileira…”
Elba Ravane – 24 anos, filiada ao PT desde 2003, integrante do MAIS –Movimento de Ação e Identidade Socialista, Coletivo da JPT Caruaru