Coluna publicada no Jornal Vanguarda
Acabou-se. Finalmente temos os nossos destinos dos próximos anos, no que diz respeito à política, definidos. Na eleição majoritária apenas se confirmou o que a maioria previa: a reeleição do prefeito José Queiroz e esta ocorreu por alguns motivos óbvios, como o fato de quem tem a máquina administrativa na mão possui um inegável vantagem, além disso, ele realmente trabalhou bastante pela cidade (mesmo que não tenha cumprido todo o seu plano de governo) e ainda soma-se a falta de competência da oposição em fazer uma campanha que privilegiasse um plano e uma proposta de governo em vez de agressões.
Quanto à Câmara de Vereadores, assistimos a uma renovação. É claro que vereadores tradicionais foram reeleitos, pois a base eleitoral destes vereadores já foi conquistada, mas o que nos chama a atenção é qualidade dessa nova composição. Na Câmara atual praticamente inexiste oposição ao prefeito, já que a maioria dos vereadores é da base do prefeito. Mesmo a terceira via, que agora deixa de existir com essa nova composição, fazia muito mais uma reflexão crítica do que uma oposição de fato. Agora há uma possibilidade de oposição na Casa do Povo, não podemos esquecer que em 2016 o prefeito não pode mais se candidatar e uma nova conjuntura política pode ocorrer.
É provável que a eleição de 2016 comece agora e que novas alianças comecem a aparecer. Em nossa humilde opinião, a maior falha do eleitor ocorreu no famoso “voto de protesto”, que conduziu a Casa do Povo gente sem o menor compromisso com a política, que nada promete e que diz que faz (faz o quê? Será que sabe o que um vereador faz?). A eleição no Brasil é engraçada, para não dizer trágica: se discute de tudo, menos política. Fico pensando como uma pessoa com uma alfabetização comprometida pode ler um orçamento público, pode propor e aprovar leis, pode ser racional em relação ao que o Executivo faz e fiscalizar as suas ações.
É, senhores e senhoras, valei-nos Deus quanto ao nosso futuro. A nossa cara é uma Câmara assistencialista, composta de muita gente despreparada para o papel que vai exercer e ninguém venha dizer que não se tinha opção de melhorar, mas quisemos continuar com a nossa tradição: na Casa do Povo política não se faz porque os políticos não sabem o que essa palavra significa. Ainda bem que tem gente lá que pode tentar nos salvar.