Há quem indique que o movimento estudantil está no fim e que não existem mais jovens aguerridos e dispostos a lutar por um país melhor. Porém, esse argumento não tem sido muito sustentável, basta observar as dezenas de manifestações da juventude brasileira, sejam nas redes sociais ou nas ruas.
Um exemplo disso é o 53° Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) que será realizado do dia 29 de maio ao dia 2 de junho na cidade de Goiânia. O CONUNE é o maior fórum do movimento estudantil brasileiro.
Vários temas de relevância nacional serão debatidos no CONUNE, entre eles merece destaque o combate ao racismo/machismo/homofobia, assistência estudantil, ensino a distância, o papel do petróleo no desenvolvimento socioeconômico do país, o avanço da integração da América Latina e seu papel no mundo, a questão da maioridade penal e a luta pelos direitos civis no Brasil, direito à memória e à verdade nos currículos e materiais didáticos, entre outros.
Essa edição do congresso terá como homenageado Vinicius de Moraes que foi poeta, compositor, diplomata, jornalista e dramaturgo. Sua obra não cabe em um só estilo ou em um só rótulo. Ele escreveu mais de 400 poemas, contos, crônicas e peças de teatro. Dos poetas brasileiros foi um dos mais traduzidos mundo afora. Vinicius é autor do hino da UNE juntamente com Carlos Lyra.
Além de grande mobilização de estudantes, a UNE mostra que tem força política e leva ao seu congresso diversas autoridades, entre elas a Presidenta Dilma, o ex-presidente Lula, a Ministra da Cultura Marta Suplicy, e os Senadores do Inácio Arruda e Valdir Raupp.
Estima-se que cerca de 10 mil jovens irão participar dessa edição do CONUNE, incluindo delegados eleitos em 98% das instituições de ensino superior de todas as regiões do Brasil. O processo eleitoral envolveu quase 2 milhões de estudantes. Ao final do congresso será eleita a próxima direção da UNE.
A grande mobilização dos estudantes brasileiros em torno do 53° CONUNE comprova que o movimento estudantil no país segue vivo e fortalecido. O desafio agora é massificar ainda mais a participação dos estudantes e levar os debates para toda sociedade brasileira.
*Émerson Santos é estudante de Administração Pública na UFRPE