Onze toneladas de lixo são jogadas por mês na rede de esgoto provocando entupimento

Mário Flávio - 23.10.2015 às 16:21h

   

A rede coletora é projetada para receber apenas 1% de sólidos e 99% de material líquido, proveniente da água que usamos no banho e na lavagem da louça e da roupa. Dentro de um imóvel, estão conectados à rede de esgoto o vaso sanitário, as pias e lavatórios da cozinha e banheiro e o ralo do chuveiro, locais que deveriam receber apenas a água usada nessas atividades, mas que acabam recebendo uma grande quantidade de lixo. 

Naa cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) onde já existem sistemas de esgotamento sanitário em funcionamento, a Odebrecht Ambiental é responsável pela operação, manutenção, recuperação e ampliação das unidades de esgoto, por meio de uma parceria público-privada (PPP) com a Compesa, e nos primeiros dois anos de operação são possíveis observar o uso inadequado da rede coletora.

No sistema operado pela concessionária estão em funcionamento, hoje, 42 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e 132 Estações Elevatórias. Diariamente os operadores encontram diversos tipos de lixo que chegam às estações, entre eles: preservativo, absorventes, fraldas, embalagens, pedaços de brinquedo, sacolas plásticas, pneus entre outros. Quando chega às estações, esse resíduo é separado no primeiro processo, chamado gradeamento, e depois é encaminhado ao aterro sanitário. Hoje, cerca de 11 toneladas de lixo chegam, por mês, às estações de tratamento.

O problema ocorre ainda antes mesmo da chegada do lixo às estações. Durante o percurso todo esse material pode obstruir a rede de esgoto e até mesmo rompe-la, causando os desagradáveis extravasamentos de esgoto. Além do lixo, dois itens frequentemente descartados nos ralos são os grandes vilões dos entupimentos das tubulações nos imóveis, as sobras de óleo e os fios de cabelo quando acumulados criam uma espécie de barreira impedindo o fluxo natural do esgoto.

Para prevenir os entupimentos, a Compesa realiza manutenções periódicas nas redes existentes, com o uso de tecnologias que desobstruem a passagem do esgoto. Com as frequentes intervenções foi possível diminuir a incidência de extravasamento em vias públicas e o contato da população com esgoto a céu aberto.

O diretor de Novos Negócios da Compesa, Ricardo Barretto, explica que a população pode contribuir usando adequadamente a rede. “As dicas são simples, qualquer tipo de embalagem, materiais sólidos, óleo ou fio de cabelo não devem ser descartados no esgoto. O fio de cabelo, por exemplo, acumula e forma uma espécie de novelo, entupindo a tubulação da residência, um problema que pode ser evitado. Basta jogar lixo no lixo”, reforça.