O Indiscutível Paulo Freire – por João Antônio*

Mário Flávio - 28.09.2021 às 14:41h

Há alguns dias, comemorou-se o centenário de nascimento do bacharel em direito Paulo Freire, personalidade que atualmente “exerce a função” de Patrono da Educação brasileira.

Tenha em mente uma verdade tão pura quanto a de que serão as vacinas a salvação da pandemia: Paulo Freire é INDISCUTÍVEL.

Indiscutível, simplesmente, porque parece ser proibido discuti-lo: especialmente se a discussão ousar questioná-lo ou ao “seu” fabuloso método de alfabetização de adultos (se for para elogiar, está liberado).

Não é incomum, atualmente, que ao iniciarmos qualquer comentário que tenha a presunção de criticar “alguém estudado por milhares de acadêmicos no mundo todo”, apareça alguém em defesa do “pedagogo” Paulo Freire, “verborragindo” palavras de ordem e clichês comuns às assembleias estudantis das federais.

Pois é, amigo leitor, amiga leitora: se você tiver a audácia de criticar Paulo Freire, será adjetivado de “reacionário”, “conservador”, “burguês”, “fascista” ou, na combinação de todos eles, “bolsominion”.

As paixões ideológicas alçaram Paulo Freire ao “status” que tem hoje, de “divindade” inquestionável, “Shangri-La” da pedagogia, a “Jerusalém Celeste” da educação. Essas mesmas paixões impedem que se perceba que as críticas a Paulo Freire remontam de tempos muito anteriores ao governo atual.

Algumas verdades vêm à tona quando qualquer pessoa minimamente honesta (intelectual e moralmente) se debruça sobre a hercúlea tarefa de tentar ler (e entender) os escritos de próprio punho do personagem aqui analisado:

(a) A obra de Paulo Freire é repleta de clichês socialistas, enaltece a luta de classes e, a despeito de se dizer “libertadora”, apenas considera como “crítico” e “válido” o pensamento que concorda com ele (qualquer outra forma de pensamento precisa ser combatida até que o “educando” pense EXATAMENTE como o “educador” quer que ele pense).

(b) O Método de Ensino que associa as letras iniciais a fotos e/ou objetos do cotidiano não é DE Paulo Freire. Foi criado e aplicado por Frank Laubach, em 1915 (seis anos antes do nascimento do “Patrono”), nas Filipinas.

“””Coincidentemente””” (ponha muitas aspas nisso), Paulo Freire “criou” um método exatamente igual, a partir da década de 1940, DEPOIS que Laubach viajou a Pernambuco (onde Paulo Freire era diretor do SESI) para palestrar (com muito sucesso) sobre o seu método, que havia ajudado a alfabetizar 60% da população adulta das Filipinas nas décadas de 1920 e 1930, sendo posteriormente expandido para diversos outros países, inclusive aqui nas Américas.

(c) Justiça seja feita, Paulo Freire “não criou” um método exatamente igual ao de Laubach. O método de Paulo Freire, e toda a sua produção “intelectual” recebeu um generoso adicional de contexto, motivação e propósito baseado em: luta de classes, equivalência entre professor e aluno e a consequente irrelevância do paradigma ensinar-aprender que dá conteúdo aos alunos, entre outros.

Ou seja, Paulo Freire “requentou” uma receita (de Laubach) adicionando ingredientes que tinha “na sua geladeira mental”, criando um sistema festejado apenas por quem tem simpatia justamente pelos ingredientes dele: ideologia Marxista.

(d) Não é permitido nem dizer que Paulo Freire escreve mal. Mas se você assim se atrever, será provavelmente convidado a voltar a estudar, será classificado como inculto e/ou como não-dotado na capacidade intelectual necessária para apreciar tal “obra de arte”. Pérolas como a do “não-eu constituinte” não podem ser explicadas sem uma boa dose de alucinógenos, quer sejam químicos, quer sejam ideológicos (como os que a maioria usa).

(é possível que logo venha alguém usar a máxima “papagaiamente” repetida de que “mais do que IVO VIU A UVA, Paulo Freire ensinava a razão de a UVA ser cultivada e quem é o dono da UVA, abrindo a mente do novo leitor para a realidade — da luta de classes — em que ele está inserido”. Já ouviu essa balela alguma vez? Eu já ouvi milhares! Parece que eles até combinam.).

(e) Também não é permitido falar das atrocidades cometidas com a educação pública quando PF foi Secretário de Educação de São Paulo e, mais tarde, de Belo Horizonte. A aplicação, em larga escala, das suas crenças e valores prejudicou o aprendizado de um sem-número de crianças e jovens que ainda hoje, adultos, sofrem pelo “legado” de que foram vítimas… tudo com a cumplicidade, óbvio, de muitos professores que veneram PF e o que ele representa (Luta de Classe, e Luta na Classe).

Quem defende Paulo Freire acusa os seus detratores de não o terem lido. Quem combate Paulo Freire também acusa seus defensores de não o terem lido — ou de, ao menos, não o terem entendido.

Simples: se quiser ter a sua opinião sincera sobre o “mestre”, leia-o… e, por favor, se conseguir entendê-lo, volte aqui e venha explicá-lo para este humilde professor que o leu, entendeu e claramente renega e combate quase tudo aquilo que lá está escrito!

*João Antonio é professor e SABE que o jeito certo de ensinar é fazendo o aluno raciocinar, e não o que Paulo Freire sempre defendeu