Na entrevista desta segunda-feira (06) o professor Marco Aurélio Freire recebeu a presença de Jefferson Abraão, Historiador e professor universitário.
A temática foi sobre o 7 de setembro na história do Brasil e de como se deu nossa independência política de Portugal. O professor destacou que um historiador deve ser reflexivo, pois sua função é lembrar à sociedade aquilo que ela quer esquecer, como diz Eric Hobbsbawn.
Em sua visão não se deve desconsiderar o dia da independência como uma data fundamental e ao mesmo tempo é importante lembrar o para quem e o como essa data funciona e qual o tipo de independência temos no quadro geral das nações.
Jefferson também mostrou que houve uma diferença entre as independências do Brasil e dos seus vizinhos latino-americanos. As Colônias espanholas foram fragmentadas em vários países e se transformaram em repúblicas, ao contrário do Brasil que manteve a unidade territorial e ao mesmo tempo também manteve o sistema colonial adaptado à nova situação política.
Por exemplo a escravidão (abolida entre os vizinhos ao longo do tempo) perdurou no Brasil até o fim da própria monarquia. Sobre o momento histórico da independência o professor trouxe o pensamento que Dom Pedro I estava articulando-se com as elites estaduais justamente para entender o que eles queriam para o país na epóca. Portanto em sua avaliação, este momento não foi um momento popular, de massas, mas principalmente foi uma demanda da elite local brasileira, que não queria voltar a ser colônia portuguesa mas que também acabou mantendo o Brasil economicamente dependente dos ingleses (Portugal transferiu sua dívida para nós), socialmente manteve-se a escravidão e politicamente o sistema monárquico.
Por fim, aproveitou os quadros de Pedro Américo e François René Moreaux na experiência rádio cidade e tratou de como a representação narrativa do momento do 7 de setembro foi usado pelo poder da epóca para passar uma imagem positiva da monarquia e como isso pode explicar a nossa história e quais são nossos heróis, vivências e experiências enquanto povo.