Nobel de Medicina vai para dupla que ajudou a desenvolver vacina contra Covid

Mário Flávio - 02.10.2023 às 15:47h

A bioquímica húngara Katalin Kariko e o cientista estadunidense Drew Weissman ganharam o Prêmio Nobel de Medicina pelas suas descobertas na tecnologia do RNA mensageiro que abriram caminho à produção de vacinas contra a Covid-19.

Os dois cientistas foram laureados “pelas descobertas relativas às modificações das bases nucleicas que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a Covid-19”, anunciou o júri do Instituto Nobel nesta segunda-feira.

“As vacinas salvaram milhões de vidas e preveniram doenças graves em muitas mais”, frisou o órgão.

Pela láurea, os cientistas vão receber 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5 milhões).

Os pesquisadores descobriram que o RNA mensageiro com base modificada poderia ser usado para bloquear a ativação de reações inflamatórias e aumentar a produção de proteínas quando é entregue às células. Eles publicaram os seus resultados num artigo de 2005 que recebeu pouca atenção na época, mas lançou as bases para desenvolvimentos “extremamente importantes que serviram à Humanidade durante a pandemia da Covid-19”, afirmou o Nobel.

Embora alvo de pesquisas há mais de 30 anos, a tecnologia de RNA mensageiro (RNAm) parecia ainda distante de se tornar realidade. Porém, com a pandemia e o investimento nunca antes visto na História das vacinas, vieram duas conquistas inéditas para a área: os primeiros imunizantes com a tecnologia inovadora a serem aprovados e aplicados em larga escala, e a produção de vacinas desenvolvidas em tempo recorde, em menos de um ano.

Nesta semana, o Instituto Nobel anuncia os premiados nas áreas de Física (terça-feira), Química (quarta-feira), Literatura (quinta-feira) e Paz (sexta-feira). O anúncio dos laureados no campo das Ciências Econômicas está marcado para dia 9.