A corrida pelo governo de Minas Gerais já começou — pelo menos nas pesquisas. E quem saiu na frente foi ninguém menos que Nikolas Ferreira, deputado federal do PL e um dos principais expoentes da nova direita brasileira. Segundo levantamento do Instituto Veritá, divulgado neste sábado (29) pelo Poder360, Nikolas lidera com 30,9% das intenções de voto.
O resultado não surpreende quem acompanha a movimentação política no estado. Nikolas Ferreira tem capitalizado, e muito, sua atuação aguerrida na Câmara e sua presença massiva nas redes sociais. Além disso, carrega a bandeira do bolsonarismo, que segue forte em Minas, estado que deu expressiva votação ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Atrás dele, aparecem nomes conhecidos, mas sem o mesmo fôlego: o senador Cleitinho (Republicanos), com 22,9%; o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, com 17,4%; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com 10,3%; e o vice-governador, Mateus Simões (Novo), que amarga apenas 2,9%.
O dado que chama atenção não é apenas a liderança de Nikolas, mas o cenário que pode se desenhar se houver uma aliança estratégica com o atual governador Romeu Zema (Novo). Caso Zema decida apoiar Nikolas — e há quem diga nos bastidores que isso não seria impossível, já que ambos orbitam no campo da direita liberal e conservadora — o favoritismo pode se consolidar de forma irreversível.
Mais do que uma pesquisa, o levantamento expõe o tamanho da força da direita mineira. A soma dos dois primeiros colocados, ambos claramente identificados com esse espectro político (Nikolas e Cleitinho), chega a impressionantes 53,8% das intenções de voto. É um recado claro: Minas segue sendo um território conservador, e a oposição progressista terá um enorme desafio pela frente.
A pesquisa também mostra um cenário fragmentado na centro-esquerda, sem um nome competitivo que empolgue o eleitorado neste momento. Kalil, que poderia representar esse campo, aparece distante dos líderes.
Se o resultado da pesquisa se confirmar nas urnas em 2026, Minas Gerais pode assistir à continuidade de um projeto de governo alinhado ao conservadorismo e ao liberalismo econômico iniciado com Zema — mas agora com Nikolas Ferreira à frente.
