MPPE cumpre mandados de busca e apreensão sobre chacina em Camaragibe e Paudalho

Mário Flávio - 24.10.2023 às 09:02h
Foto: Reprodução/Internet

O Ministério Público de Pernambuco cumpre, nesta terça-feira (24), mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça em deferimento a pedido do MPPE nas cidades de Camaragibe e Paudalho sobre a chacina que aconteceu em setembro nas duas cidades.

“Foram requeridas medidas cautelares ao Poder Judiciário a fim de possibilitar uma compreensão mais aprofundada de como os fatos ocorreram e de quem deles, em tese, teve alguma participação”, diz nota do MPPE.

O cumprimento das ordens judiciais foi coordenado por membros do Ministério Público e contou com o apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social.

O Ministério Público não divulgou detalhes sobre a ação alegando que o processo está sob sigilo.

Após mais de um mês, a Polícia Civil de Pernambuco ainda não esclareceu quem foram os responsáveis pela sequência de assassinatos após as mortes de dois policiais militares que entraram em confronto com um suspeito no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, no Grande Recife.

O caso volta aos holofotes após a confirmação da morte da mulher grávida que foi feita de escudo humano e acabou atingida com um tiro na cabeça na noite do dia 14 de setembro. Ana Letícia Carias da Silva, de 19 anos, faleceu no sábado (21), no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife, onde deu à luz o bebê.

A CHACINA

A informação inicial repassada pela polícia, na época dos fatos, foi de que o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, 33 anos, e o cabo Rodolfo José da Silva, 38, foram até Tabatinga verificar uma denúncia de que um homem estaria em cima de uma laje realizando disparos de arma de fogo.

Quando os policiais chegaram ao local, houve troca de tiros com o vigilante Alex da Silva Barbosa, que teria feito Ana Letícia de escudo humano.

Os dois PMs morreram, e Alex conseguiu fugir. Além de Ana, o primo dela (um adolescente de 14 anos) foi baleado, mas sobreviveu. Em depoimento, ele contou que foi agredido pelas costas e atingido com um tiro na nuca disparado pelos policiais.

Após a morte dos militares, começou uma sequência de assassinatos de parentes de Alex na madrugada do dia 15 de setembro.

Três irmãos de Alex identificados como Ágata Ayanne da Silva, 30, Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva, ambos de 25, foram baleados por volta das 2h.

Ágata transmitiu ao vivo, por meio do Instagram, o crime. Ela e Amerson morreram na hora. Apuynã faleceu após ser socorrido e encaminhado para o Hospital da Restauração, no Recife.

Por volta das 9h do mesmo dia, os corpos da mãe de Alex, Maria José Pereira da Silva, e da esposa dele, Maria Nathalia Campelo do Nascimento, 27, foram achados num canavial na cidade de Paudalho, Mata Norte do Estado.

Duas horas depois, Alex foi morto em Tabatinga. A PM alegou que houve uma abordagem e que ele teria reagido, resultando na troca de tiros.