Na manhã dessa terça-feira, 11/04/23/ promovemos na Câmara Municipal de Caruaru uma audiência pública com a finalidade de debater políticas públicas voltadas à pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Foi um momento para debatermos sobre as necessidades de um grupo de pessoas, cujo meu mandato na Casa Jornalista José Carlos Florêncio, tem sido um instrumento de inúmeros debates com ações destinadas sobretudo à melhoria da qualidade de vida destas pessoas, seja por meio de requerimentos, projetos, pronunciamentos, políticas públicas, campanhas, entre outras ações desenvolvidas.
O autismo não se trata de uma doença, mas de uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro que altera a maneira como as pessoas que estão nesse espectro enxergam e compreendem a realidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge de 1% a 2% da população mundial, ou seja, aproximadamente 70 milhões de pessoas, das quais são cerca de dois milhões no Brasil.
Para que se tenha uma ideia, Caruaru tem 2.600 crianças na fila de espera para um neuropediatra na cidade. Um dos motivos apontados é a falta de remuneração justa para o profissional, que ganha 10 reais por hora trabalhada. Na educação o quadro é também lamentável: Cerca de 500 crianças e adolescentes deixam de ir para a escola, por não terem um laudo médico que indique a condição e justifique a necessidade de um profissional de apoio para o aluno.
O que temos feito é buscar difundir conhecimento e procurar apoiar as pessoas com doenças raras, bem como para as iniciativas que objetivam melhorar o tratamento de pacientes com essas enfermidades.
A temática é da mais alta importância e requer um esforço das três esferas públicas, porque se não abraçarmos essa causa com políticas públicas eficientes, vamos continuar a ver essas pessoas sem os seus direitos e os corações de suas famílias dilacerados. As doenças raras têm uma certa dificuldade no diagnóstico e na assistência às famílias que precisam muito.
É preciso também chamar toda a sociedade para enfrentar e identificar os direitos da população, da família e a saúde, de um modo geral, que é um direito de todos e todas. Algumas patologias são difíceis na identificação, além do tratamento e acolhimento.
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos e todas que participaram desse momento importante na defesa dessa causa. Nesse curto espaço não cito nomes para não falhar com alguém. Entretanto, vou levar toda essa discussão para as autoridades constituídas. Acredito na sensibilidade do Prefeito Rodrigo Pinheiro e lembro também à nossa Governadora, Raquel Lyra: São mais de 100 mil pessoas com autismo sofrendo no Estado de Pernambuco, fora as outras deficiências que existem. Infelizmente, os poucos profissionais especializados que temos não atendem a demanda.
Continuaremos a nossa luta e faremos a nossa parte, fazendo valer os direitos de todos.
*Jorge Quintino é vereador de Caruaru
