O presidente do diretório do PV em Caruaru, Marcelo Rodrigues, evitou polemizar as declarações do vice-presidente da legenda em Caruaru, Alessandro Feitosa, que afirmou só fica no partido se o mesmo voltar para a base do prefeito reeleito Zé Queiroz (PDT). Rodrigues disse que ainda não debateu a situação da sigla, mas disse que a prioridade é começar a pensar o partido para a eleição de 2014.
“Sobre o futuro do partido, essa questão vai ser discutida dentro do próprio diretório. Já começamos a conversar após a eleição e muita gente interessante para o contexto do partido pode vir para o PV, estamos discutindo com várias pessoas. O PV sai de forma fortalecida da eleição, mesmo sem conseguir eleger nenhum vereador, mesmo assim, o interesse surgiu por algumas lideranças, que não conseguiram ser eleitas e nem querem mais participar do jogo político atual. Vamos tentar eleger em Pernambuco um deputado federal, para que possamos ter em Pernambuco um diretório sem ser provisório, ter uma executiva consolidada é o sonho dos verdes em Pernambuco”, disse.
Sobre a possibilidade de voltar para a base de Queiroz, o verde disse que ainda tal situação não foi conversada e que a prioridade é outra, mas que não aceita pressão por parte de filiados. “Eu acho cedo para qualquer tipo de especulação. Iremos conversar com o diretório para amadurecer a ideia, mas a nossa meta maior é fortalecer o partido para a eleição de 2014. Conversar com partidos ou fazer parte de alguma gestão é uma questão secundária. Vamos fortalecer o PV com nomes que virão agregar valor ao PV, assim iremos discutir a posição do partido. Não adianta ninguém tentar querer impor, esse tipo de situação não combina com o Partido Verde”, assegura.
Com relação a eleição de 2012, na qual ele foi candidato a vereador e teve uma baixa votação, Marcelo criticou o processo eleitoral e defende uma reforma política. “Passamos três meses com as propostas variadas e não apenas sobre a questão do meio ambiente, mas debatemos muito a sustentabilidade para áreas essenciais, como o Rio Ipojuca e o Monte Bom Jesus. Infelizmente as pessoas têm dificuldades em entender uma agenda desse tipo. Não concordo com a maneira que os vereadores e alguns prefeitos são eleitos. O financeiro é fator essencial e é preciso que uma reforma política ocorra. O estado tem que assumir o papel de financiador das campanhas, para que a gente possa trabalhar no dia a dia e ir para um pleito por igual e não com essas diferenças gritantes que existem hoje. As estruturas que foram montadas para certos candidatos a vereador em Caruaru, com certeza elegeriam prefeitos em cidades de pequeno porte, isso tem que acabar. Muitas vezes os eleitos não são os mais preparados para assumir uma vaga na Câmara ou numa prefeitura, mas só vence devido a estrutura que se monta. Veja o exemplo que aconteceu com Caruaru e cidades vizinhas, mas o povo escolheu e vai ter que aguentar pelos próximos quatro anos”, explana.
Sobre a saída de Marina Silva do partido, Rodrigues lamentou e disse que vai ser difícil encontrar um nome a altura. “Em política não dá para trabalhar tirando bons nomes da cartola. Marina foi um momento muito importante para o partido e infelizmente não está mais conosco. Ela foi um brilho que se apagou, mas o partido segue porque está acima de pessoas. Temos uma legenda de ideias, que defende um projeto de poder, não podemos especular se amanhã ou depois teremos um nome tão forte como o de Marina”, disse.