Em um momento de aperto nas contas públicas, o Brasil decidiu investir em um setor promissor: o mercado espacial. Com a aprovação do Congresso em dezembro, foi criada a Alada, uma estatal que será responsável por lançar foguetes e satélites, com foco na exploração comercial desse mercado em crescimento acelerado.
A Alada terá como base de operações o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, uma localização estratégica próxima à linha do Equador, que reduz custos de lançamento em até 30%. A empresa é uma subsidiária da NAV Brasil e promete atrair recursos privados para impulsionar o setor espacial no país.
Potencial do mercado
O mercado espacial global, estimado em movimentar US$ 1,8 trilhão até 2035, é visto como uma oportunidade para o Brasil aproveitar sua vantagem geográfica. A iniciativa também visa inserir o país em um mercado dominado por grandes players, como SpaceX, Blue Origin e agências espaciais de nações como EUA e China.
Um olhar para o passado
Essa não é a primeira vez que o Brasil tenta decolar no setor espacial. Em 2006, também sob o governo Lula, foi criada a Alcântara Cyclone Space, uma parceria com a Ucrânia que teve como objetivo semelhante a exploração comercial de lançamentos. No entanto, a iniciativa terminou em 2015 com prejuízo de R$ 500 milhões e nenhum lançamento realizado.
Um novo horizonte
Diferente da Cyclone Space, a Alada surge em um cenário onde o mercado evoluiu significativamente, com uma maior presença de empresas privadas no setor e o surgimento de novas tecnologias. O Brasil também tem buscado reforçar colaborações internacionais e atrair investimentos para tornar a nova estatal sustentável e competitiva globalmente.
Se a Alada terá sucesso ou seguirá os passos de sua antecessora, só o tempo dirá. Mas a aposta brasileira no espaço reflete um esforço estratégico de se posicionar em um dos mercados mais dinâmicos do futuro.