“Quero que facínoras que levantaram leviandade contra ela tenham a humildade de pedir desculpas”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado (4), em São Bernardo do Campo (SP), durante velório de sua mulher, Marisa Letícia, que morreu na véspera no Hospital Sírio Libanês (SP) vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico.
Lula discursou por cerca de 40 minutos após uma cerimônia religiosa ecumênica presidida pelo bispo emérito da diocese de Bauru, dom Dom Angélico Sândalo Bernardino.
“Eu vou continuar agradecendo à Marisa até o dia que eu não puder mais agradecer, até o dia em que eu morrer. Espero encontrá-la com esse mesmo vestido que eu escolhi para colocar nela, vermelho, para mostrar que a gente não tinha medo de vermelho quando era vivo, e não tem medo de vermelho quando morre”, disse o ex-presidente no velório, que se realizou na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.
“Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido e eu tenho orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada (sindicalistas) dormia no chão da praça da matriz e a Marisa e outras companheiras vendendo bandeiras e camisetas para a gente construir um partido que a direta quer destruir”, disse o ex-presidente.
Segundo ele, sua ex-mulher morreu “triste” devido às acusações que o Ministério Público fez contra ela no âmbito da Operação Lava Jato, mas vai provar sua inocência e também a dela.
“Na verdade, Marisa morreu triste porque a canalhice, a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela, eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos, não sei quando Deus me levará. Mas acho que vou viver muito porque quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”, acrescentou o ex-presidente.
O corpo da ex-primeira-dama foi cremado no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, em cerimônia restrita para os seus familiares.