Por Ana Rebeca Passos
O presidente da Câmara Municipal se pronunciou pela primeira vez após ter sido citado, pelo vereador Louro do Juá (SDD), em uma das ligações gravadas pela polícia. Leonardo Chaves (PSD) tentou explicar o teor da conversa tida com o Juá.
“Porque ele citou meu nome… Foi que ele tinha me procurado para resolver umas pendências que nós tínhamos para resolver aqui na Câmara, mas não foi só ele, sempre vinha com mais algum vereador. Nós temos aqui uma pendência antiga que eu já tinha definido, já defini, que é o pagamento de décimo terceiro mês dos vereadores e o aumento de R$ 9 mil para R$ 12 mil. Ai se você pergunta se esse pagamento do décimo é legal, é porque o próprio Tribunal de Contas disse que é, e o aumento é legal, é sim. Mas da forma que foi feita, não se torna legal. Porque foi votado posterior a eleição. E o Tribunal de Contas do Estado até o Supremo Tribunal Federal tem pareceres dizendo que quando esses aumentos de prefeito, secretário, vereadores são feitos depois da eleição, fere o princípio da impessoalidade e por isso eu não podia pagar e não paguei”, disse o vereador, que curiosamente é o autor da Lei que pediu o reajuste dos salários, junto com Alecrim (PSD).
Chaves ainda deu detalhes sobre a ação conjunta dos 23 vereadores para receber o reajuste salarial. “…É tanto que depois que eu disse a ele (Louro do Juá), definitivamente, que não pagaria, eles entraram na justiça, arrumaram um advogado em Recife, e esse advogado até prometeu a ele que essa causa era fácil e pelo que entendi, o advogado que pegou essa causa para solicitar na justiça esse aumento e o décimo terceiro mês, disse que não cobraria um centavo deles enquanto ele não ganhasse a causa”, afirmou Chaves, que é co-autor da ação.
Leonardo Chaves comentou ainda os termos “votar e comer papel no Natal” usados por Louro do Juá. “Ele não falou a mim comer papel, ele falou lá. Agora a mim, o que ele estava dizendo quando estava se reportando a alguma outra pessoa, ele falou essa história comer papel, eu não sei a que exatamente se referiu, mas como ele se referiu a conversa que ele teve comigo, e a conversa que ele teve comigo foi exatamente cobrando esse atrasado de esse décimo terceiro mês que eu não paguei porque o Tribunal de Contas do Estado disse que era ilegal esse pagamento”, lembrou Leonardo Chaves.
GRAVAÇÕES – Numa das gravações obtidas com autorização da justiça o vereador Louro do Juá citou Leonardo Chaves. Segundo a Polícia, fez parte da investigação Ponto Final e poderia ter relação com a cobrança de propina para votar a favor de projetos do Executivo.
LOURO – Numa entrevista coletiva o vereador Louro do Juá garantiu que a gravação fazia referência a assuntos dos retroativos nos salários da Câmara e que a frase “comer papel” fazia alusão ao excesso de trabalho sem essa verba.