Laura Gomes faz um “mea culpa” e lamenta que o PSB não tenha eleito mulheres na Câmara de Caruaru

Mário Flávio - 05.11.2012 às 11:35h

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A deputada licenciada e secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Laura Gomes (PSB), pareceu não se conformar com o fato de que a próxima legislatura da Câmara Municipal de Caruaru não terá mulheres eleitas. Segundo ela, isso foi inclusive pauta de discussão na reunião do PSB municipal após as eleições. Laura foi uma das seis vereadoras caruaruenses de toda a história política da cidade e também foi a única a ser reeleita. Diante disso, na semana passada durante entrevista na rádio Caruaru FM, ela fez uma autocrítica e admitiu que o partido deveria ter lançado candidatas competitivas na Capital do Agreste.

No contexto

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“Fiz minha culpa, minha máxima culpa na reunião do PSB municipal após as eleições. Caruaru sempre teve uma história em que a presença feminina é ínfima. Só teve uma legislatura que teve duas candidatas eleitas, de reeleição, só eu. Até hoje, foram seis mulheres, eu fui a última e a primeira reeleita. Isso é uma marca histórica e cultural da cidade. A gente tem que ter uma preocupação com isso. Como pode o partido, que tem duas mulheres deputadas, não lançar uma candidata a vereadora competitiva em Caruaru? Tivemos que colocar uma candidata para cumprir cota, o que vai de encontro a minha linha de pensamento. Não é nada contra a pessoa, mas a gente não tem que aceitar a ideia de só cumprir cota”, lamentou.

Na verdade, para Laura, escolher candidatas para cumprir cotas é injusto. “Quando em 2004 uma parte do partido lançou que eu devia ser candidata, eu disse que não iria para cumprir cota, seria para perder ou para ganhar. Mas, aí agora eu vejo o partido fazendo isso de cumprir cota. Isso não é justo, não é certo e vai contra nosso conteúdo programático. Até porque nós temos secretaria de mulheres do PSB, aliás, a Secretaria Nacional de Mulheres é a única que recebe do fundo partidário nacional”, completou. Durante os mandatos da socialista na Casa Jornalista José Carlos Florêncio, houve inclusive a mudança no regimento da Casa, já que havia a determinação do uso de calça e gravata nas sessões ordinárias. “Eu disse: e eu, como venho? Não pode, eu ia vir de gravata e calça?”, lembrou a secretária.