O deputado estadual João Paulo (PT) se pronunciou nesta semana sobre os rumores que o colocavam como possível nome para assumir a Secretaria de Educação de Pernambuco, após a saída de Alexandre Schneider. O parlamentar negou qualquer articulação nesse sentido e aproveitou para defender uma mudança na postura do PT em relação ao governo Raquel Lyra (PSDB).

“Eu defendo nossa saída da condição de oposição para estar na base da governadora, mas não com um cargo”, destacou João Paulo, deixando claro que sua defesa não está atrelada à ocupação de posições no governo.

O deputado justificou sua posição mencionando os investimentos federais em Pernambuco e a boa relação entre a governadora e o presidente Lula (PT). Segundo ele, esses fatores tornam coerente uma revisão do posicionamento do partido no estado.

“Pelo investimento do governo federal, pela aliança, pela parceria que ela está tendo com o governo Lula, como ela reconhece o governo Lula, eu acho que o PT deveria rever essa posição de oposição. Mas não há nenhuma circulação [sobre assumir a Educação]. Eu acho que, primeiro, teria que ser vencida essa questão de oposição, voltar à base, para depois discutir alguma possibilidade de participação oficial do partido no governo”, afirmou João Paulo.

A declaração pública do deputado, que defende a migração do PT para a base da governadora, contrasta com a posição do partido na capital. No Recife, o PT mantém uma aliança com o PSB, ocupando três secretarias na gestão do prefeito João Campos.

A fala de João Paulo reforça a necessidade de um debate interno no PT sobre a postura do partido em relação ao governo estadual, especialmente diante da parceria institucional que vem sendo construída entre Lula e Raquel Lyra. Esse posicionamento pode abrir caminho para novos entendimentos políticos, mas ainda encontra resistência em parte da militância e da liderança do partido.