João Lyra: “O governo Zé Queiroz é progressista, mas problemas só se resolvem no diálogo”

Mário Flávio - 04.06.2013 às 07:25h

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O vice-governador de Pernambuco João Lyra participou de ao programa Conteúdo na tarde dessa segunda (04), em uma sabatina de assuntos que foram de sua recente lamentação sobre o São João à analise dos cenários de articulação local e regional, caso Eduardo Campos saia candidato a presidente e João, por sua vez, assuma os últimos meses de governo estadual, com possibilidade de sair candidato a governador.

Sobre as festas juninas na Capital do Forró, ele manteve críticas que repercutiram recentemente na imprensa, sobre a duração da festa. “A referência maior, como capital do forró, é Caruaru. Se eu fosse prefeito, dava um jeito de que fossem 30 dias de festa, mas acredito que o prefeito saiba o que está fazendo e que ele respeita o São João”, explicou. Na verdade, ele procurou amenizar críticas ao prefeito Zé Queiroz e também as especulações de que só teria vindo para a abertura do São João a pedido de Eduardo. “Nesse caso não aconteceu isso. Sempre estive aqui, desde que sou vice-governador”, continuou.

Outro ponto reconhecido por João é que a gestão atual de Queiroz seria progressista, apesar de mais uma vez cobrar diálogo. “O governo tem uma linha programática de avanço, é progressista. Mas, por exemplo, não existe possibilidade de resolver um problema desses, relacionado ao PCC da Educação, sem que todos sentem à mesa para conversar. Já essa questão da Crise de Saúde, a secretaria de saúde, Aparecida Souza, tem grande preocupação com a Saúde Pública; mas o que acontece hoje é a necessidade de abrir o diálogo para avaliar como os subsídios federais são repassados e o que é preciso fazer para saber se é possível atender as reivindicações salariais dos médicos e também melhorar a estrutura de atendimento no município”, explicou.

Já sobre a possibilidade de ele assumir o governo do estado, ou entrar na disputa em 2014, João mais uma vez evitou abraçar especulações de bastidores. Ele reforçou que antes é preciso dialogar para fortalecer a Frente Popular no estado e avaliar os potenciais candidatos, como Tadeu Alencar (PSB) e Armando Monteiro (PTB).

Contudo, ele chegou a comentar as declarações do deputado estadual Tony Gel (DEM), que disse que votaria em João para governador. “Se houver esse cenário aí, o deputado Tony Gel estaria se sintonizando com o sentimento do povo caruaruense. Acredito que seja a primeira vez que haja um potencial candidato natural de Caruaru. E é por isso que há o reconhecimento, independente das bases políticas”, ressaltou.

Ainda assim, ele garantiu que a relação histórica que mantém com Zé Queiroz, apesar de altos e baixos, revela cumplicidade. “Nós podemos ter divergências pontuais, já divergimos no passado, quando ele apresentou candidato adversário a mim em eleições municipais, mas temos uma história de convivência e de cumplicidade. Fernando Lyra sempre dizia que esse entendimento sobre direita e esquerda estava ultrapassado, mas ele também reforçava que era preciso delimitar que existe o‘lado de lá’ e o ‘lado de cá'”, completou.